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PSDB tem direito de recuperar protagonismo, diz presidente da sigla após decisão de não apoiar Nunes

Em entrevista à EXAME, José Aníbal, líder do partido em SP, disse que a sigla vai buscar uma composição ou ter candidatura própria. O PSDB vive uma debandada de vereadores

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de abril de 2024 às 12h36.

Última atualização em 3 de abril de 2024 às 14h35.

O ex-senador e presidente do PSDB na cidade de São Paulo, José Aníbal, afirmou que o partido tem o direito de recuperar o protagonismo na cidade — e no estado — ao comentar a decisão do partido em não apoiar à reeleição de Ricardo Nunes (MDB).

"O PSDB tem o direito de recuperar o protagonismo. Por isso, não abrimos mão de buscar uma composição que seja positiva para o partido", disse Aníbal em conversa com a EXAME.

Tucano histórico, Aníbal assumiu o comando do diretório municipal no final de fevereiro por decisão das executivas nacional e estadual do partido.

Segundo o político, a proposta apresentada ao atual prefeito e o deputado federal e presidente do MDB, Baleia Rossi, foi que os partidos repetissem a composição da última eleição com os papéis invertidos, com Nunes na cabeça de chapa e o PSDB indicando o candidato a vice-prefeito.

"A posição do partido é um desdobramento da decisão intransigente do prefeito em não reproduzir a composição vitoriosa em 2020. Procurei ele e o Baleia Rossi, apresentei a nossa proposta, e não tive respostas", explica o presidente do partido na cidade.

Com o anúncio do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, e a possível indicação do vice pelo PL, Aníbal defendeu que o partido não apoiasse o atual prefeito. "Óbvio que articulando com o Bolsonaro a chapa ficaria totalmente fora das nossas diretrizes fundadoras", explica.

"Debandada" no PSDB?

Com a decisão do diretório municipal, por 9 votos a 2, de não apoiar à reeleição de Nunes, o PSDB vive uma debandada dos vereadores da bancada do partido na Câmara Municipal.

Os oito nomes da sigla na Casa indicaram que vão deixar o partido, incluindo o vereador Gilson Barreto, um dos fundadores do PSDB na década de 1980 e líder da bancada tucana na Câmara.

Hoje, o PSDB tem, ao lado do PT, a maior bancada da Câmara municipal, com oito vereadores. As mudanças devem ser ocorrer até esta sexta-feira, 6, data-limite para estar filiado ao partido que representará nas urnas em outubro.

Ao comentar a saída dos parlamentares, Aníbal diz que elas acontecem por um alinhamento irrestrito e sem considerar os interesses do partido — e da cidade.

"Pergunte para qualquer um desses vereadores qual é o motivo da saída deles e quais políticas públicas foram desenvolvidas pelo atual prefeito com um caixa recorde? Podem falar sobre a questão das filas das creches, mas isso foi iniciado pelo Bruno Covas (PSDB)", afirma.

Apoio a Tabata Amaral

Sobre o possível apoio à pré-candidatura de Tabata Amaral, Aníbal disse que o partido está conversando com todo mundo, incluindo o apresentador José Luiz Datena, nome convidado por Tabata ao cargo de vice. O ex-senador não descartou uma candidatura própria do PSDB e citou o nome do ex-vereador Andrea Matarazzo.

"Estamos conversando com todo mundo. Com a Tabata, Datena, Andrea Matarazzo... A nossa posição é construir uma composição que torne o PSDB protagonista da disputa ou ter uma candidatura própria", finaliza.

Em entrevista exclusiva à EXAME, a deputada disse que partido poderia integrar a sua campanha e que estava conversando com diversos nomes do PSDB para discutir um projeto de cidade. Uma possível costura para Datena ir para o PSDB e ser o nome do partido na chapa de Tabata não é descartada por integrantes da campanha da pré-candidata.

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