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PSDB precisará repensar oposição, diz especialista

Para especialistas, PSDB sai enfraquecido nacionalmente e precisará se repensar para chegar com chances de vitória em 2018

Candidato presidencial do PSDB, Aécio Neves, durante um discurso após o resultado da eleição, em Belo Horizonte (Sergio Moraes/Reuters)

Candidato presidencial do PSDB, Aécio Neves, durante um discurso após o resultado da eleição, em Belo Horizonte (Sergio Moraes/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de outubro de 2014 às 21h20.

São Paulo - Com a derrota de seu candidato à presidência da República Aécio Neves, o PSDB vai precisar se fortalecer como oposição, a fim de chegar a 2018 com chances de vitória, de acordo com o cientista político Humberto Dantas.

“É preciso entender como o partido quer se apresentar como oposição agora. Chegamos ao absurdo de ouvir do PT que a principal oposição no País eram o judiciário e a imprensa”, afirma Dantas.

Dantas lembra, por exemplo, que os partidos da oposição não souberam capitalizar as manifestações sociais de junho de 2013.

“A maioria da população queria mudança. Em algum instante a oposição falhou, pois o PT conseguiu mostrar que ele próprio é a mudança. É estranho. É um desafio fora dos padrões mostrar que o governo vai mudar sem mudar”, argumenta.

Para o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque, a derrota “leva a uma perda da relevância nacional do PSDB”.

“Em relação aos outros tucanos que concorreram, Aécio Neves se saiu melhor. Chegou ao segundo turno ameaçando Dilma. Acontece que a derrota dele leva a uma perda da relevância nacional do PSDB”, afirma.

Para Albuquerque, essa situação se explica em parte pelo foco mais regional dos líderes tucanos. “O partido chegou a isso porque está sendo controlado por caciques regionais, com pouca projeção nacional. Os caciques regiões saem dessa eleição fortalecidos, mas nacionalmente o partido sai enfraquecido”, afirma.

Apesar da situação adversa, o PSDB deve continuar como principal alternativa de oposição na campanha presidencial de 2018, avalia Dantas.

“Acho pouco provável que surja uma candidatura extraordinária. Marina Silva pode ser uma opção. No entanto, se agora ela não conseguiu, imagine com a Rede Sustentabilidade. Será um partido novo e minúsculo. Ainda vão ter que comer muita grama”, afirma.

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