Alckmin voltou a dizer que o PSDB precisa abrir espaço para o ex-governador José Serra (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 19h56.
São Paulo - A três dias da Convenção Nacional do PSDB e diante do impasse para compor a nova cúpula tucana, o grupo do ex-governador José Serra usou a última cartada no jogo interno para formar a nova Executiva do partido, que será eleita no próximo sábado.
Depois de insistir na indicação do novo secretário-geral do PSDB, o grupo aceitou trocar o posto, responsável por tocar o dia a dia da vida partidária, pela primeira-vice-presidência. Essa é uma das alternativas que já haviam sido oferecidas pela direção da sigla a aliados do ex-governador desde a semana passada.
Com o aceno, a secretaria-geral continuaria com o deputado Rodrigo de Castro (MG), aliado do senador Aécio Neves (MG). A primeira-vice-presidência, hoje tocada pela senadora Marisa Serrano (MS), seria repassada para o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) ou para o ex-governador Alberto Goldman, dois nomes próximos a Serra.
O grupo, no entanto, não abre mão de indicar Serra para a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), mesmo diante das negativas de parte da direção tucana e dos aliados de Aécio, para quem o ex-governador criará no núcleo de estudos e pesquisas do PSDB um poder paralelo ao oficial comando partidário.
Apesar da pressão dos últimos dois dias, não há garantia de que Serra será mesmo indicado para o ITV. Pelo contrário. A vaga foi prometida ao ex-senador Tasso Jereissati (CE), com o apoio da bancada tucana no Senado e do presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Por enquanto, não há sinais de que haverá um recuo.
Cientes da dificuldade de emplacar Serra no ITV, os aliados do ex-governador colocaram no colo do governador Geraldo Alckmin a responsabilidade pelo sucesso da negociação para formar a nova Executiva. O grupo avalia agora que a única forma de um acordo ser costurado é com uma palavra final de Alckmin e a ameaça de não comparecer à convenção. Os serristas dizem que pretendem boicotar o encontro, caso os pleitos não sejam concedidos.
Ontem, Alckmin voltou a dizer que o PSDB precisa abrir espaço para o ex-governador. "É importante a participação do Serra porque ele foi o nosso último candidato a presidente, teve mais de 40 milhões de votos e não tem hoje mandato eletivo". O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), defendeu ontem a formação de um Conselho Político, sem funções administrativas e mais enxuto, do qual Serra poderia fazer parte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.