Brasil

PSDB nega falta de empenho por candidatura Aécio em SP

Apesar da confiança demonstrada pelo tucano de que o tempo o ajudará no estado berço de seu partido, Aécio perdeu espaço depois da entrada de Marina na disputa


	Aécio Neves: em SP, ele não lidera disputa sequer entre eleitores de seu correligionário, Alckmin
 (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

Aécio Neves: em SP, ele não lidera disputa sequer entre eleitores de seu correligionário, Alckmin (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 16h57.

São Paulo - Ultrapassado por Marina Silva (PSB) nas últimas pesquisas de intenção de voto, o tucano Aécio Neves convive com uma grande desvantagem em São Paulo, maior colégio eleitoral do país e estado governado por seu partido há vinte anos.

A última pesquisa Ibope, que consolidou Marina no segundo lugar no país, mostrou que, em São Paulo, Aécio não lidera a disputa sequer entre os eleitores de seu correligionário Geraldo Alckmin, que tem 50% das intenções de voto para o governo estadual.

Entre os eleitores de Alckmin, é Marina Silva a mais bem colocada, com 37% das intenções - mesmo que ela tenha se negado a seguir a aliança firmada por seu partido para apoiar o tucano.

No mesmo universo, Aécio tem 28% e Dilma, 26%, um empate técnico.

"Tenho muita confiança de que vamos ter um ótimo resultado em São Paulo, quanto mais as pessoas conhecerem as nossas propostas, mais próximos da vitória nós estaremos. É o tempo de dizer o que nós representamos", disse Aécio ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, após a divulgação da pesquisa.

Na pesquisa estadual, e considerando não apenas os eleitores de Alckmin, o desempenho de Aécio é ainda pior.

O senador, primeiro candidato não paulista a se candidatar à Presidência pelo partido, aparece em terceiro lugar, com 19%, atrás de Dilma Rousseff, que tem 23%, e de Marina, com 35%.

"A grande maioria do eleitorado não vota no partido e sim nos candidatos. Portanto, o fato de o PSDB estar há tanto tempo governando SP não é garantia de que Aécio terá o mesmo desempenho do governador Geraldo Alckmin", afirma Márcia Cavallari, diretora do Ibope Inteligência.

Apesar da confiança demonstrada pelo tucano de que o tempo o ajudará no estado berço de seu partido, Aécio perdeu espaço depois da entrada de Marina na disputa.

Em pesquisa feita no final de julho, ele tinha 25% dos votos, seis pontos porcentuais a mais do que na de agosto.

O presidente estadual do PSDB atribui a queda a uma instabilidade criada pela morte de Eduardo Campos e a entrada de Marina.

"A Marina Silva ficou duas semanas na mídia em exposição permanente e se apresentou agora como substituta do Eduardo. Até decantar esse processo de comoção e expectativa, existem variáveis que distorceram temporariamente o quadro da campanha", justifica o presidente do PSDB-SP, Duarte Nogueira.

O engajamento do PSDB paulista na campanha do mineiro Aécio Neves esteve em dúvida em várias oportunidades durante o processo de escolha do candidato tucano.

Desde o início da campanha, Aécio tem vindo a São Paulo com frequência.

O comitê central fica na capital e a escolha de um vice paulista foi vista como uma tentativa de aproximação com o maior colégio eleitoral do país, onde os candidatos à Presidência do PSDB têm historicamente um bom desempenho.

"Ele não é de São Paulo, depende que os tucanos do Estado o alavanquem. E gente não percebe uma adesão inquestionável do PSDB à campanha nele", analisa o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas Marco Antônio Carvalho Teixeira.

O clima entre as campanhas de Alckmin e Aécio piorou depois que o governador exibiu em seu programa eleitoral um depoimento de Beto Albuquerque, vice na chapa de Marina.

O PSB apoia Alckmin e disputa a Presidência com Aécio. A despeito do princípio de crise, Duarte Nogueira garante que não há falta de empenho.

"Como as coligações não são fechadas, essas coisas acontecem, essa é a regra atual do jogo. É natural que se tenha uma opinião aqui ou acolá contestando um gesto. Mas ninguém tem a menor dúvida de que estamos extremamente juntos e unidos. O candidato do Geraldo e de todos nós é o Aécio Neves", afirmou, negando que o fato de Aécio ser mineiro o atrapalhe na disputa.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesEleiçõesEleições 2014Oposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDB

Mais de Brasil

Câmara vai instalar comissão especial que deve discutir voto distrital misto

Desabamento de teto de igreja histórica de Salvador deixou ao menos um morto e seis feridos

Ministra da Gestão diz que Lula 'está muito preocupado' com estatais após empresas registrarem rombo

'Não há pesquisa que dê certo com dois anos de antecedência', diz Lula sobre cenário de 2026