Aécio Neves: será passível de expulsão do PSDB apenas o político condenado em segunda instância (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2019 às 06h48.
Última atualização em 30 de maio de 2019 às 08h20.
Às vésperas da convenção nacional que elegerá um novo presidente para o Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), os tucanos lançarão nesta quinta-feira, 30, um novo código de ética que regerá o futuro da sigla. Herança que será deixada por Geraldo Alckmin, que ocupa a liderança do PSDB desde 2017 e passará o bastão na próxima sexta-feira, as novas normas buscam renovar a imagem após a desastrosa derrota eleitoral do último ano. Embora o cenário seja de reformulação, o partido deve rejeitar a expulsão de caciques envolvidos na Lava-Jato.
O caso mais emblemático é o do ex-senador Aécio Neves em 2017 chegou a ter um pedido de prisão expedido pela Procuradoria Geral da República em uma investigação sobre supostos pagamentos de propina pelo grupo J&F. Na última quarta-feira, a justiça federal de São Paulo determinou o bloqueio de 128 milhões de reais nas contas do atual deputado, que é investigado por ter recebido vantagens indevidas de Joesley Batista, do grupo J&F.
Aécio é ainda investigado em outros nove inquéritos e também é réu em uma ação criminal por corrupção no Supremo Tribunal Federal. Segundo o novo código de ética do PSDB, entretanto, será passível de expulsão apenas o político condenado em segunda instância, o que livrará o tucano da desfiliação. O mesmo também deve acontecer com o ex-governador do Paraná, Beto Richa, que chegou a ser preso pela Polícia Federal duas vezes e é réu pelos crimes corrupção, de obstrução de justiça, organização criminosa e prorrogação indevida de licitações.
Mesmo poupando Aécio, o novo código de ética é tratado por Alckmin como a chave para “aproximar o partido da sua militância e dos anseios da sociedade”. Na sexta-feira, 31, o PSDB escolherá um novo presidente em sua convenção nacional, e o mais cotado ao posto é o ex-deputado federal pernambucano Bruno Araújo, aliado do governo de São Paulo, João Doria.