Agência da Caixa Econômica Federal: PSDB deve ainda ingressar com uma ação civil pública para assegurar a defesa de poupadores (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 17h42.
Brasília - O PSDB deve encaminhar ainda nesta terça-feira uma ação no Ministério Público Federal (MPF) para que apure se houve crime de gestão temerária e fraudulenta de instituição financeira no episódio em que a Caixa Econômica Federal (CEF) encerrou mais de 525 mil contas poupança e usou o dinheiro para elevar seu lucro de 2012, afirmou o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG).
Segundo o senador mineiro, o partido deve ainda ingressar com uma ação civil pública para assegurar a defesa de poupadores que teriam sido atingidos, além de apresentar requerimentos para que as autoridades envolvidas apresentem explicações.
"(Foi) No mínimo esperteza, talvez seguindo o exemplo de cima", disse o presidente tucano, questionado se acreditava ter havido má-fé no episódio.
"O governo tem estimulado essa contabilidade criativa para apresentar números cada vez mais inflados. Tudo isso contribui para minar cada vez mais a credibilidade da política econômica do governo ." Reportagem da revista "Istoé" no fim de semana afirma que relatórios da Controladoria-Geral da União e do Banco Central apontam irregularidades no encerramento e incorporação do saldo de mais de 500 mil contas poupança, o que elevou o lucro de 2012 da instituição financeira em 719 milhões de reais.
Os executivos da CEF negaram que o procedimento tenha sido feito para inflar o lucro e aumentar a distribuição de dividendos ao governo federal, seu controlador, e ressaltaram que não há uma regra clara sobre como contabilizar os valores das contas.
"Esse episódio é extremamente grave, uma apropriação indevida, um verdadeiro confisco da poupança de inúmeros brasileiros sem que eles fossem adequadamente comunicados", afirmou o presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência da República.
Aécio explicou que, assim que o Congresso retomar suas atividades em fevereiro, o partido deve apresentar requerimentos de convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e do ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, além de um convite ao presidente da Caixa, Jorge Hereda.
Também será apresentado um requerimento por escrito ao ministro da Fazenda, pedindo informações sobre a incorporação dos saldos das cadernetas.