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PSDB deveria sair do governo e debater eleições, diz Ferraço

O senador tucano afirmou que o partido se afastou de seus princípios e valores, virando - de certa forma - "uma commodity"

Ricardo Ferraço: "Nos afastamos dos nossos princípios e viramos uma commodity" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Ricardo Ferraço: "Nos afastamos dos nossos princípios e viramos uma commodity" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2017 às 16h21.

São Paulo - O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) levantou fortes críticas ao seu partido e repetiu que a legenda deveria deixar a base de apoio ao presidente Michel Temer (PMDB).

Além disso, o tucano afirmou que Temer deveria ter um "gesto de grandeza" e enviar ao Congresso uma proposta para antecipar as eleições presidenciais e realizar o pleito daqui a oito meses.

"A antecipação das eleições para um prazo razoável significa a possibilidade de eleger um novo governo legitimado pelo voto da população", disse o senador em conversa com jornalistas após um debate sobre reforma política.

"Com uma medida como essa, eu acho que ele dá uma pacificada geral, mostra desapego e produz um gesto de bastante grandeza".

Ferraço afirmou que a antecipação das eleições deveria ser proposta por Temer, assim como sugeriu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e apoiada pelo PSDB.

"O governo não me parece ter condições de continuar liderando essas transformações", afirmou Ferraço, ao falar das reformas.

Commodity

O senador criticou o PSDB e afirmou que seu partido deveria fazer um "mea culpa" ao país após ter se tornado uma "commodity".

"Eu acho que nós nos afastamos dos nossos princípios, dos nossos valores e viramos, de certa forma, uma commodity", afirmou.

Ferraço defendeu que Aécio Neves se afaste definitivamente da presidência da legenda e abra espaço para a eleição do senador Tasso Jereissati (CE) como o presidente definitivo do partido.

"Uma vez presidente em definitivo, ele começará a construção de uma trajetória de reencontro do PSDB com seus valores, princípios e propósitos", defendeu Ferraço.

"Eu acho que nós erramos e precisamos ter a humildade de admitir os equívocos publicamente, fazer um mea culpa e de reconstruir a nossa história."

Conselho de Ética

Ferraço afirmou que foi precipitada e equivocada a decisão do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), ao arquivar o pedido de cassação contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).

"Foi precipitado. Ele deveria ter minimamente distribuído o processo a um relator, que deveria por óbvio ouvir o senador Aécio e seu advogado", disse Ferraço, após participar de um debate sobre reforma política em São Paulo.

"Eu acho que passou um sentimento de corporativismo e impunidade. Isso não foi bom", declarou o senador.

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