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PSDB deve processar Vargas por quebra de decoro

Os tucanos entendem que houve quebra de decoro parlamentar do petista André Vargas durante a cerimônia de abertura do ano legislativo ontem à tarde

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 14h47.

Brasília - O novo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA), anunciou nesta terça-feira, 04, vai entrar com pedido de abertura de processo na Corregedoria da Casa contra o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR).

Os tucanos entendem que houve quebra de decoro parlamentar do petista durante a cerimônia de abertura do ano legislativo ontem à tarde.

Sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, Vargas repetiu o gesto feito pelos condenados do Mensalão durante as prisões de novembro passado.

O petista ainda trocou mensagens pelo celular manifestando a vontade de dar "uma cotovelada" em Barbosa.

"Foi um fato estarrecedor. Você imaginar, numa sessão inaugural do Congresso Nacional, um deputado que é vice-presidente da Câmara e tem posição de liderança na Executiva Nacional do PT, estar ao lado do presidente do STF e fazer o que fez? Ele queria constranger o ministro. E mais do que isso: trocar mensagens falando em dar cotoveladas é uma falta de respeito. Isso é inaceitável", afirmou Imbassahy.

Para o tucano, ficou clara a intenção do petista em "afrontar e desmoralizar a Justiça brasileira". "Ele perdeu as condições de permanecer aqui como deputado", considerou o novo líder do PSDB.

Sobre a iminência de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos condenados do mensalão, Imbassahy lembrou que, ao ser preso, o petista perderá seus direitos políticos automaticamente e que a cassação poderia se dar por "ato de ofício", ou seja, sobraria apenas a possibilidade de renunciar e evitar assim o constrangimento da cassação em plenário. "Acho provável que ele renuncie", previu.

Doações

Mais cedo, a bancada tucana encaminhou à Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação de supostos crimes de apologia a crime ou a criminoso e lavagem de dinheiro no processo de arrecadação de doações para petistas condenados no esquema do mensalão.

A representação, assinada pelo até então líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (SP), questiona o ato de desagravo realizado no 5º Congresso do PT, em dezembro passado, e o volume de recursos destinado ao pagamento de multas impostas ao ex-deputado José Genoino e ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Com o apoio de familiares, amigos, apoiadores e militantes petistas, José Genoino arrecadou mais de R$ 700 mil em doações por meio de um site criado exclusivamente para a "vaquinha eletrônica". Com o recurso, obtido em cerca de 10 dias, o petista conseguiu pagar multa de R$ 667,5 mil, decorrente da condenação no processo do mensalão. Delúbio Soares usou a mesma estratégia e conseguiu arrecadar mais de R$ 1 milhão. A multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal a Delúbio foi de R$ 466,8 mil.

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