Alckmin: ele afirmou também que a campanha de 2018 deve ter um grau de exigência superior a anos anteriores (Alexandre Carvalho/A2img/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 16h04.
Brasília - Com a insistência do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, de se colocar como pré-candidato tucano à Presidência, a Executiva do PSDB decidiu criar uma comissão composta por 8 membros para discutir a viabilidade de prévias partidárias. Além de Virgílio, o recém-eleito presidente da sigla, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também disputa a indicação do partido.
Farão parte da comissão o governador de Goiás, Marconi Perillo, o senador Tasso Jereissati, o ex-senador José Aníbal, os deputados Bruno Araújo (PE), Carlos Sampaio (SP), Yêda Crusius (RS) e o presidente da Juventude do PSDB, Marcos Saraiva.
"Eles vão se debruçar sobre o melhor modelo. Eu defendo prévias com todos os filiados. Precisamos verificar a possibilidade de fazê-la. Já fizemos duas vezes em São Paulo, quando todos os filiados votaram. No Brasil são mais de 5 mil municípios", disse Alckmin.
Para Virgílio, mesmo que a realização de prévias represente um alto custo para a legenda, ele defende que o partido use a eleição interna para mobilizar seus filiados.
"Não é custo, é investimento, é jogar dinheiro em democracia", disse. "Não aceito voto censitário, em que o voto de um parlamentar vale mais. Vamos falar com os filiados, que até então só tem carregado bandeira na eleição", afirmou o prefeito.
Segundo Alckmin, a expectativa é de que as prévias partidárias ocorram antes de março. Já Virgílio defendeu a consulta no primeiro domingo do mês, dia 4 de março.
Alckmin afirmou também que a campanha de 2018 deve ter um grau de exigência superior a anos anteriores. Segundo ele, o "sofrimento da população" nos últimos anos com redução de renda vai exigir que candidatos apresentem propostas factíveis. "Não vamos chegar à terra prometida com voluntarismo."
Questionado sobre a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser impedido de disputar a eleição, disse que preferia não comentar. "Nós não entramos na parte jurídica. Decisão judicial se respeita. Nós tratamos da questão política. Temos divergências com o PT em inúmeros campos. Contamos que a candidatura do PT, de quem vai ser candidato, é um assunto interno. O PSDB estará apresentando um grande projeto para o País."
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) marcou para 24 de janeiro o julgamento do recurso da defesa do ex-presidente em relação à sua condenação na Lava Jato. Caso a condenação seja confirmada, Lula será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e poderá ser considerado inelegível.
Para Alckmin, sua preferência seria enfrentar Lula nas urnas. "Claro que queremos enfrentar nas urnas, mas questão judicial não decidimos sobre isso", disse.