Márcio França: outro problema para França é que o presidente da Assembleia, Cauê Macris, é do PSDB (Divulgação/Assessoria de Imprensa/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de março de 2018 às 20h58.
O bate-boca público entre o prefeito João Doria (PSDB) e o vice-governador Márcio França (PSB), ambos pré-candidatos ao governo paulista, contaminou a base do governador Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa.
Com 19 parlamentares, a bancada do PSDB na Casa ameaça fazer oposição ao governo a partir do dia 7 de abril, quando França deve assumir o Palácio dos Bandeirantes e Alckmin renunciar ao cargo para disputar a Presidência da República.
"A bancada sente-se ofendida cada vez que França ataca o prefeito João Doria, que é o nosso pré-candidato a governador. É evidente que, se os ataques continuarem, faremos oposição a ele", disse ao Estadão/Broadcast o líder do PSDB na Assembleia, Marco Vinholi.
O líder tucano usou a tribuna nesta terça-feira, 20, para criticar o vice-governador. "Quem não tem palavra é ele. Não é certo o Márcio França se colocar como grande parceiro do governador", afirmou.
O embate entre Doria e França começou com uma entrevista do prefeito ao jornal O Estado de S. Paulo no domingo na qual o tucano afirmou que o vice-governador está "alinhado com a extrema esquerda".
O pessebista respondeu ontem: "O problema do Doria é não cumprir a palavra. Isso inibe as pessoas de terem confiança nele", disse França aos jornalistas após um evento no Palácio dos Bandeirantes.
Os tucanos já fazem as contas e falam em formar um bloco de oposição com o DEM (9 deputados), PSD (3 deputados), PPS (3 deputados) e outras siglas. "Mesmo que França se alie ao PT e PCdoB, nossa coligação deverá ser a maior da Casa" , diz Vinholi.
Outro problema para França é que o presidente da Assembleia, Cauê Macris, é do PSDB. A avaliação entre os tucanos é que França está explodindo pontes antes de assumir o cargo.
Em um vídeo postado nesta terça-feira no Twitter, Macris acusou de França de fazer campanha antecipada e foi além. "O povo de São Paulo gostaria de saber o que o vice-governador tem a dizer sobre as palavras do seu partido em defesa do ex-presidente Lula. Peço a sr. coerência."