Eduardo Campos: pré-candidato recebe formalmente o apoio do PPS ao seu projeto, depois de a legenda flertar com a ex-senadora e com o tucano José Serra (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 16h46.
Brasília - O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos, recebe formalmente nesta segunda-feira o apoio do PPS ao seu projeto, depois de a legenda flertar com a ex-senadora Marina Silva e com o tucano José Serra para lançar candidatura própria.
Dirigentes do PSB e do PPS realizam nesta segunda, em Recife, o primeiro encontro para discutir alianças eleitorais nos Estados.
Assim como ocorreu com Marina, que se filiou ao PSB depois que não conseguiu o registro para o seu partido, a Rede Sustentabilidade, a união entre PPS e PSB traz contradições.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), é um conhecido crítico das políticas de transferência de renda do governo do PT. Já Marina e Campos são defensores desses programas e sempre poupam críticas nessa área ao governo.
A união com Campos ainda sofre algumas resistências no PPS, principalmente daqueles que queriam que o partido adiasse a decisão de aliança para o ano que vem e discutisse a tese de candidatura própria em 2014.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), é um desses e defende que o PSB precisa atuar como oposição no Congresso.
"Nós fazemos oposição ao lulopetismo e não vemos isso acontecer no PSB", disse à Reuters. Bueno fez elogios a Campos, que considera um "bom quadro" e "preparado", mas disse esperar que ele "endureça" o discurso contra o governo assim como o PPS.
"Eu espero que (a aliança) dê certo. Mas antes disso temos que ver a bancada do PSB votar contra o governo no Congresso", afirmou. Bueno não participará do encontro em Recife.
Sem saber das críticas, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), comemorou a adesão do PPS ao projeto de Campos, "porque é um partido que defenda mudanças e isso está associado ao desejo de quase 70 por cento da população", disse à Reuters.
"Isso também reforça nossa estrutura de campanha", acrescentou Albuquerque.
Questionado sobre as críticas de Freire às políticas sociais do governo, postura diferente da chapa Campos-Marina, Albuquerque disse que eles não adotarão o tom crítico do novo aliado.
"O que importa é o pensamento de quem está na cabeça do processo e tanto a Marina como o Eduardo têm compromisso com essas políticas de compensação de renda", argumentou o líder socialista.