Ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, comemora filiação ao PSB com o presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 19h55.
Brasília - A cúpula do PSB em Minas Gerais manifestou nesta quinta-feira, 23, interesse em atender a reivindicação da Rede mineira e lançar uma candidatura própria ao governo do Estado nas eleições deste ano.
A sinalização positiva ocorreu no dia seguinte à integrantes da Rede no Estado terem divulgado uma nota em que contestam o alinhamento do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), com o provável candidato a presidente pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG). O texto diz que é preciso "romper a hegemonia do PSDB em Minas" e foi uma resposta às declarações de Lacerda de que o PSB não lançaria candidatura própria no Estado.
"Eu penso que partido para se afirmar tem que ter candidato próprio. O PSB é um partido grande, tem história, tem presente. Temos o melhor governador e o melhor prefeito do País. Então é natural que no segundo Estado da federação nós tenhamos candidato próprio para disputar o governo de Minas", afirmou o vice-presidente estadual do PSB de Minas, Mario Assad Júnior. "Com o PSDB temos um dialogo franco, verdadeiro, mas isso não impede, nem inibe que o PSDB e o PSB lancem candidatos próprios ao governo", acrescentou.
Para o secretário-geral do PSB mineiro, Adenor Simões, uma candidatura própria também servirá para o presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato à presidência da República, ter um palanque forte no Estado. "O que nós temos discutido nos últimos encontros é manter o desejo de ter uma candidatura própria. Isso já foi firmado inclusive porque o governador Eduardo Campos precisa de um palanque forte em Minas", disse Simões. "Não é um rompimento com o PSDB, mas é dizer que lá na frente teremos uma conversa de igual para igual", acrescentou.
A condição, porém, para o lançamento desta candidatura, seria um pacto de não-agressão com a candidatura do PSDB. "Provavelmente não vai ter um fogo cruzado", considerou Simões. Isso porque parte do partido, como o próprio Lacerda, defende a aliança com os tucanos. Outra parte defende a candidatura própria.
Nesta quinta, diante da repercussão negativa da nota, a Rede divulgou outro texto em tom conciliador: "A Rede reafirma sua prioridade na definição de candidaturas que reflitam seus valores e princípios e reforcem o projeto nacional da aliança com o PSB".