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Próximo presidente terá que fazer ajustes, diz consultoria

Próximo presidente terá que fazer ajustes na política econômica para recuperar a credibilidade do país, diz economista chefe da consultoria Tendências


	Dilma: para economista, mudanças feitas por seu governo provocaram desconfiança de mercados
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma: para economista, mudanças feitas por seu governo provocaram desconfiança de mercados (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 17h00.

Buenos Aires - Em qualquer cenário político aberto depois das eleições no Brasil, o próximo presidente terá que fazer ajustes na política econômica para recuperar a credibilidade do país e fazer a economia crescer.

A avaliação é do economista chefe da consultoria brasileira Tendências, Juan Jensen, durante apresentação em Buenos Aires, nesta quarta-feira, 28, de lançamento da Aliança Latino-Americana de Consultorias Econômicas (Laeco), formada pela própria Tendências, Ecolatina (Argentina), Macroconsult (Peru), EConcept (Colômbia), Gemines (Chile) e Ecoanalítica (Venezuela).

Jensen repassou a trajetória da gestão da presidente Dilma Rousseff, que mudou o tripé da política de câmbio flutuante, superávit primário e metas de inflação.

"O que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chama de nova matriz econômica, com o objetivo de gerar maior crescimento econômico, não conseguiu o resultado desejado", criticou.

Ele recordou que a presidente queria taxa real de juros de 2% anuais e chegou a conseguir 1,4%, mas acabou cedendo até chegar aos atuais 11% nominais, devido à alta inflação, que subiu de uma média anualizada de 4% para cerca de 6%.

Enquanto isso, o crescimento econômico baixou de uma média de 4% para 2% ao ano.

O economista afirmou que as mudanças empreendidas pelo governo Dilma, além de não levarem o país ao crescimento, provocaram a desconfiança dos mercados.

"Os ajustes devem começar a partir do ano que vem, seja quem for o eleito em outubro", apontou.

Ele reconheceu que Dilma é favorita à reeleição, apesar do baixo crescimento econômico e da alta inflação, mas o quadro político é ainda indefinido e a oposição tem chance de ganhar as eleições.

"Pesquisa DataFolha mostrou que 74% dos eleitores desejam mudar a política do governo e este nível é similar ao de 2002, quando Fernando Henrique Cardoso não conseguiu eleger seu sucessor", recordou.

"É uma eleição para dois turnos e o cenário é aberto." O economista disse que, se o próximo governo ajustar um pouco os fundamentos econômicos, o País pode crescer 3% ao ano. Se realizar reformas profundas, o Produto Interno Bruto (PIB) alcançaria 4%.

Em caso de uma vitória de Dilma, a cotação do câmbio voltaria rapidamente a R$ 2,45. Se a oposição ganhar, o dólar ficaria em R$ 2,10, estimou.

"O governo tem muito baixa credibilidade na questão fiscal e para não perder o grau de investimento tem de recorrer à contabilidade criativa", afirmou.

Jensen disse que o Brasil vai passar por um quadro complicado nos próximos meses e, a partir de 2015, Mantega não será mais ministro da Fazenda, mesmo em caso de vitória de Dilma.

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