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Protestos podem promover mudanças na direção do PT

O processo de eleições diretas petistas pode abrir flancos para que tendências minoritárias e mais críticas ao governo federal assumam o papel de protagonistas na legenda


	A presidente Dilma Rousseff: a "oposição" interna do PT almeja ampliar a influência no comando da campanha presidencial de 2014 e nos rumos do governo
 (REUTERS / Ueslei Marcelino)

A presidente Dilma Rousseff: a "oposição" interna do PT almeja ampliar a influência no comando da campanha presidencial de 2014 e nos rumos do governo (REUTERS / Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 10h12.

São Paulo - Enquanto os operadores políticos do Palácio do Planalto se desdobram para estancar a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, as correntes internas do PT apostam que as manifestações populares podem mudar a correlação histórica de forças do partido.

O processo de eleições diretas petistas, o PED - que começa nesta quinta-feira, 4, em Brasília, com o lançamento da candidatura do deputado paulista Paulo Teixeira à presidência pela tendência Mensagem ao Partido - pode abrir flancos para que tendências minoritárias e mais críticas ao governo federal assumam o papel de protagonistas na legenda.

A "oposição" interna almeja ampliar a influência no comando da campanha presidencial de 2014 e nos rumos do governo.

O cenário de acirramento da disputa que se desenha pode significar, ainda, mais uma fonte de desgaste para o governo federal, que se esforça para manter uma agenda positiva.

Desde que foi fundado em 1980, o PT é dirigido majoritariamente pelo mesmo grupo político. Antes chamada de Articulação, a corrente do ex-presidente Lula, do ex-ministro José Dirceu e da presidente Dilma foi rebatizada como Construindo um Novo Brasil (CNB).

Antes das manifestações, os petistas esperavam uma reeleição tranquila do atual presidente, o deputado estadual paulista Rui Falcão, que já está na linha de frente da campanha pela reeleição de Dilma. Com votação marcada para o dia 10 de novembro, o PED já conta com quatro candidatos além dele.


Falcão tinha marcado o seu lançamento para o último dia 27, mas adiou o evento depois que as manifestações tomaram conta do noticiário. Os outros nomes são de correntes mais à esquerda: Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, Renato Simões, da Militância Socialista, e Markus Sokol, do Trabalho.

Ex-líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira acredita que as manifestações provocarão uma mudança no cenário da direção petista. "Algumas forças colocavam o resultado do PED como certo. Agora ele é incerto", diz. "As manifestações farão muito bem ao PT. O impacto será positivo para o PED", prevê Renato Simões.

Para Valter Pomar, o PED será, como em 2005, "uma demonstração de que sob pressão o PT fica melhor e mais sintonizado com os interesses populares". Para garantir a manutenção da hegemonia de seu grupo, o ex-presidente Lula escalou o ex-ministro Luiz Dulci, atual diretor do Instituto Lula, para coordenar a campanha de Falcão.

A expectativa é de uma campanha pontuada por fortes críticas ao governo federal e ao atual comando partidário. "É preciso retomar as bandeiras da fundação do PT, como a reforma agrária, a redução da jornada de trabalho para 40 horas e o uso de verba pública apenas no serviço público", diz Markus Sokol.

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