Manifestantes fecham Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, no Dia Internacional de Lutas contra a Copa do Mundo (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2014 às 23h42.
Rio de Janeiro - A manifestação que reuniu diversos grupos políticos ao longo da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, na tarde e noite de hoje (15), terminou dividida.
O grupo remanescente acabou dispersado pela polícia com uso de spray de pimenta e bomba de gás. O protesto foi um dos vários que ocorreram em diversas capitais do país e teve, entre temas principais, o apoio à educação e o repúdio aos gastos da Copa do Mundo.
O ato começou por volta das 16h, ao lado do prédio da Central do Brasil, quando manifestantes ligados a partidos de esquerda, sindicalistas e estudantes se reuniram a um grande número de professores estaduais e municipais, vindos de uma assembleia da categoria que aprovou a manutenção da greve iniciada na última segunda-feira (13).
Era esperada a adesão de rodoviários, que tinham programada uma assembleia próximo dali, na Igreja da Candelária.
No entanto, os motoristas e cobradores de ônibus decidiram não participar da manifestação com receio de que a presença de black blocs pudesse causar danos à imagem do movimento, que voltou hoje ao trabalho depois de dois dias de greve.
Os professores e os demais integrantes da passeata marcharam até a sede da prefeitura, no bairro Cidade Nova, a cerca de 4 quilômetros da Central do Brasil.
Por causa do protesto, a Avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, que liga o centro à zona norte, ficou bloqueada, afetando outras ruas e avenidas do entorno.
Ao chegar em frente à prefeitura, por volta das 19h, o grupo dividiu-se.
Professores e integrantes de partidos políticos decidiram encerrar o ato, enquanto um grupo de aproximadamente 40 black blocs ainda tentou se aproximar do prédio, que estava cercado por um forte efetivo policial.
Um álbum de figurinhas da Copa chegou a ser queimado pelos ativistas, em sinal de protesto contra o evento da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Por fim, os black blocs decidiram voltar à Central do Brasil, onde policiais militares fizeram revistas em alguns integrantes, o que gerou momentos de tensão.
Policiais jogaram spray de pimenta e uma bomba de gás lacrimogêneo contra o grupo, mas os ânimos aos poucos se acalmaram. Por volta das 20h30, ativistas e policiais começaram a se dispersar.
O protesto teve grande presença de jornalistas estrangeiros, que já estão no Brasil para a cobertura da Copa.
Para chamar a atenção da mídia internacional, alguns ativistas levavam cartazes escritos em inglês, com dizeres pedindo mais saúde e educação e contra a presença da Fifa.