Manifestante é retirado à força de seu carro por um grupo de policiais (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 19h35.
São Paulo - A manifestação que reuniu cerca de 200 professores estaduais em Brasília na última quarta-feira (28) — Dia do Servidor Público —, terminou com repressão policial excessiva e pelo menos quatro manifestantes presos, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal.
Os professores, que estão desde o dia 15 de outubro em greve, organizaram o ato justamente nessa data para chamar a atenção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) aos gritos de "Calote não!"
A categoria está sem receber o pagamento da última das seis parcelas do reajuste aprovado pelo governo local em 2013. O governo confirma o não pagamento e alega que não tem recursos para atender a essa demanda.
No decorrer do protesto no Eixão, uma das vias principais de Brasília, os manifestantes chegaram a fechar todas as faixas de carros em horário de pico, o que motivou a intervenção da Polícia Militar.
A ação dos policiais foi feita com violência excessiva, conforme mostram fotos, vídeos, e relatos de testemunhas.
"Alguns professores já estavam terminando o ato quando os policiais começaram a atirar [balas de borracha]. Temos vídeo de um profesor sentado e o policial gritando com ele", disse o diretor do Sinpro-DF Cláudio Antunes.
O secretário adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol disse, em nota:
“Deveria ser um dia de comemoração, mas estamos preocupados e angustiados.”
O outro lado
Segundo o G1, a Polícia Militar divulgou uma nota justificando que o "Batalhão de Choque foi acionado e desobstruiu a via com o uso gradativo da força e dos meios legais para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos que trafegavam por aquele local".
A nota ainda explica que manifestantes foram detidos por desacato ou porque pararam ônibus e tomaram chaves dos motoristas.
O Governo de Brasília também se manifestou em nota, desaprovando os atos.
"O governo nunca deixou de receber os sindicatos e já deixou claro, aos servidores e à população, que não tem condições orçamentárias e financeiras de pagar agora os reajustes salariais concedidos em 2013. As greves e a interrupção de vias em nada contribuem para que os pagamentos possam ser feitos."
Greve ilegal
A greve, que já dura 13 dias, foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) no dia 20 de outubro. Foi estabelecida uma multa de R$ 400 mil para cada dia paralisado.
Outras categorias, como saúde, o Detran, a Defensoria Pública e a Secretaria de Cultura também estão de braços cruzados, segundo a TV Globo.