Ato contra Michel Temer na Av. Paulista em São Paulo - 4/9/16 (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2016 às 22h36.
São Paulo - O protesto contra o governo Michel Temer neste domingo, 4, seguia pacífico até os organizadores decretarem o fim do ato.
Mas, assim que as pessoas começaram a se dispersar os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar (PM). Houve correria e ao menos 10 bombas foram lançadas. Duas viaturas do Choque avançaram pela Avenida Faria Lima, e a PM jogou jatos de água nos manifestantes na Rua Teodoro Sampaio. Por volta das 21h o Largo da Batata estava vazio, enquanto os manifestantes continuavam a dispersar pelas ruas do bairro de Pinheiros.
O protesto chegou por volta das 19h30 no Largo da Batata, em Pinheiros. Mais cedo, eles ocuparam parte da Avenida Paulista. A manifestação começou por volta das 15h30.
"Não realizamos nenhum atendimento, nem relacionado ao protesto, nem qualquer outro tipo", disse Brian Farias, de 26 anos, enfermeiro do Grupo de Apoio ao Protesto Popular, que presta socorro em casos de violência.
Às 20 horas, um grupo grande da manifestantes começava a dispersar pela estação de metrô Faria Lima, aos gritos de "Olê, olê, fora, Temer", e "olê, olê, olá, Diretas Já".
"O governo golpista de Michel Temer falou em cerca de 40 pessoas neste protesto. Somos 100 mil pessoas", disse Guilherme Boulos, da coordenação nacional do MTST, um dos organizadores do ato, em discurso por volta das 17h. O último número oficial divulgado pela organização é, porém, de 50 mil manifestantes. A PM ainda não estimou a quantidade de presentes.
Além do "Fora, Temer", os gritos que mais se escutavam eram pela desmilitarização da polícia. "Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar". Até por volta das 18h, a reportagem não havia verificado a presença de Black blocs.
Entre os políticos que foram ao ato estão o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), candidata a prefeita de SP, e o senador Lindbergh Farias (PT). Suplicy e Erundina não discursaram, mas foram muito aplaudidos.
Lindbergh disse que veio do Rio porque São Paulo "está sendo o principal centro de resistência ao governo Temer" e que veio para "formar uma barreira contra a violência policial". "Eu e o Paulo Teixeira estamos estudando uma representação para entrarmos na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA contra a atuação da PM na repressão dos manifestantes", afirmou. "Temer na China falou em pacificação. Mas não existe possibilidade de pacificação com Temer, por ter sido seu governo fruto de um golpe, e também pelo projeto, um plano violento contra os trabalhadores. Só há um jeito de o País se reencontrar, que é consultando o povo, consultando a população. Por isso a bandeira das Diretas Já", defendeu.
Quando a passeata chegou no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, já no início da noite, as luzes do viaduto que leva à Avenida Rebouças foram totalmente apagadas. Três carros da tropa de Choque e quatro viaturas da PM passaram segundos depois. Muitos manifestantes decidiram encerrar seu protesto nesse momento.