São Paulo - A Associação de Consumidores Proteste acionou a Justiça ontem para tentar barrar o reajuste de 15,24% na conta de água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O aumento extraordinário é o maior desde 2003 e foi autorizado anteontem pela agência reguladora do setor, a pedido da estatal, por causa das perdas com a crise hídrica.
Na ação civil pública, ajuizada na 8ª Vara da Fazenda Pública do Estado, a Proteste pede liminar com a declaração da "abusividade do aumento autorizado" a partir de junho e que o reajuste seja de 7,78%, índice de correção inflacionária.
A entidade quer ainda a restituição em dobro de valores eventualmente cobrados dos consumidores nas próximas tarifas.
Além da Sabesp, também foi acionada judicialmente a Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), que autorizou o aumento extra. Ambas informaram ontem que ainda não haviam sido notificadas.
Para a Proteste, "é absurdo ter sido considerada a queda da demanda (por água) para a Arsesp autorizar o reajuste da tarifa acima da inflação, quando o consumidor foi estimulado a economizar água por causa da grave crise de abastecimento do Estado".
A entidade critica ainda a inclusão do aumento de custo da energia elétrica para justificar a alta acima da inflação, dizendo que o consumidor será penalizado duplamente porque também sofreu com o reajuste na conta de luz.
Tabela
A tabela com as novas tarifas da Sabesp foi publicada ontem pela Arsesp e pode ser aplicada em 30 dias. Segundo a tabela, a tarifa fixa para o cliente residencial que consome até 10 mil litros por mês subirá de R$ 35,82 para R$ 41,28.
De acordo com a estatal, começa a valer no dia 4 de junho. Ou seja, no dia 5, por exemplo, a leitura do consumo pegará um dia de tarifa nova e 29 da antiga.
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1. Perdas volumosas
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São Paulo - Parece ironia, mas no país com uma das maiores reservas de água do Planeta, o desperdício desse recurso precioso é flagrante. Na média nacional, de cada 100 litros de água coletada e tratada, apenas 67 litros chegam são e salvos na casa do brasileiro. Tais perdas variam de um lugar para o outro. Levantamento feito com base no estudo da
ONG Trata Brasil, sobre perdas de água, mostra que em 15 das 27 capitais brasileiras o desperdício na distribuição ultrapassa a taxa de 40%. E não é só água que se perde, mas dinheiro investido na captação, tratamento, transporte e distribuição desse recurso. Conforme a pesquisa, o prejuízo financeiro com as
perdas de água em todo o Brasil atinge nada menos do que R$ 8 bilhões ao ano. Macapá lidera o ranking das perdas de água nas capitais, com desperdício de 73,56%. Ligações clandestinas, infraestrutura desgastada, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas das perdas contabilizadas pelas empresas operadoras, sejam públicas ou privadas. Clique nas fotos e confira as capitais que mais perdem água na distribuição.
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2. 1. Macapá
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2/25 (Antonio Milena/Veja)
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3. 2. Porto Velho
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3/25 (Luiz Alexandre/Flickr/Creative Commons)
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4. 3. Cuiabá
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4/25 (Divulgação/ Embratur)
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5. 5. Maceió
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5/25 (Divulgação / Christian Knepper)
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6. 6. Rio Branco
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6/25 (Wikimedia Commons)
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7. 7. Natal
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7/25 (REUTERS/Sergio Moraes)
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8. 8. Aracaju
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8/25 (FRANCO HOFFCHNEIDER/ Guia Quatro Rodas)
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9. 9. Boa Vista
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9/25 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)
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10. 10. Teresina
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10/25 (Divulgação/Embratur)
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11. 11. Salvador
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11/25 (Divulgação / Trivago / Embratur)
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12. 12. Belém
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12/25 (Cayambe/Wikimedia Commons)
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13. 13. Recife
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13/25 (REUTERS/Paulo Whitaker)
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14. 14. Manaus
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14/25 (REUTERS/Bruno Kelly)
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15. 16. João Pessoa
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15/25 (Wikipedia / Pbendito)
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16. 17. Curitiba
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16/25 (Francisco Anzola/Wikimedia Commons)
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17. 18. Belo Horizonte
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17/25 (Embratur)
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18. 19. São Paulo
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18/25 (Germano Lüders / EXAME)
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19. 20. Palmas
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19/25 (CLAUDIO ROSSI/VOCÊ S.A.)
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20. 21. Florianópolis
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20/25 (Flickr/Creative Commons/Rodrigo Soldon)
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21. 23. Rio de Janeiro
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21/25 (Dabldy/Thinkstock)
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22. 24. Campo Grande
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22/25 (Elias Francioni/Flickr/Creative Commons)
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23. 25. Brasília
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23/25 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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24. 26. Porto Alegre
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24/25 (Camila Domingues/ Palácio Piratini)
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25. 27. Goiânia
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25/25 (Adelano Lázaro/Wikimedia Commons)