Brasil

Propina seria usada em eleição no Amapá, diz MP

Dinheiro desviado serviria, segundo o Ministério Público, para financiar a campanha de reeleição do governador Pedro Paulo Dias

Pedro Paulo Dias: negociação para repasse de 30 milhões de reais para campanha eleitoral (.)

Pedro Paulo Dias: negociação para repasse de 30 milhões de reais para campanha eleitoral (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - As investigações da Operação Mãos Limpas encontraram fortes indícios de que o loteamento do governo por parentes do ex-governador Waldez Góes (PDT) e do governador Pedro Paulo Dias (PP) garantia a perpetuação do esquema de desvio de recursos públicos descoberto pela Polícia Federal. Além disso, o dinheiro desviado e as propinas cobradas de empresários serviriam, segundo o Ministério Público, para financiar a campanha de reeleição de Pedro Paulo Dias.

Todos os indícios constam de documento do Ministério Público obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, que embasa os pedidos de prisão temporária de 18 pessoas, incluindo o atual e o ex-governador, e de busca e apreensão cumpridos pela PF. "Essa ‘montagem’ da cúpula administrativa do Amapá por meio de vínculos familiares é sintomática do propósito de assegurar a estabilidade da atividade criminosa, e, consequentemente, da existência de uma quadrilha no âmbito da administração daquele estado. É inusitado e contraria súmula do STF que um governador tenha esposa e dois irmãos como secretários de Estado", argumenta o MP, referindo-se ao atual governador.

Os documentos e interceptações telefônicas mostraram que Pedro Paulo Dias estaria negociando, com representante de um grupo empresarial da Indonésia, o repasse de R$ 30 milhões para sua campanha eleitoral. A prática, conclui o MP, além de crime eleitoral, caracterizaria a prática de corrupção e peculato.

A PF usou durante as investigações dois agentes infiltrados que colheram provas de corrupção consideradas "inquestionáveis". Em uma filmagem secreta, a PF gravou um funcionário do governo pegando a porcentagem dele na propina e indo tranquilamente depositar o dinheiro na conta particular de um banco.

A investigação foi deflagrada em agosto de 2009, mas os 18 mandados de prisão, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão foram todos executados anteontem no Amapá, Paraíba e São Paulo. Todos os presos - além dos governadores, secretários, assessores especiais e servidores públicos de carreira - foram levados ontem para Brasília e encarcerados na Superintendência da PF e no Presídio da Papuda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEleiçõesEleições 2010EscândalosFraudesPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Rui Costa diz que decisão de Trump de deixar Acordo de Paris preocupa o 'Brasil e o mundo inteiro'

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta