“Não podemos aceitar que o crime organizado substitua o Estado e a sociedade brasileira”, disse Dilma Rousseff (Reuters/ Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2015 às 21h38.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse hoje (28) que a abertura de vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Jovem Aprendiz vai priorizar áreas com índices altos de violência, para conter o aliciamento de jovens para a criminalidade.
“Temos de combater o uso de jovens pelo crime organização, daí porque temos um critério para começar esse programa, o critério é justamente áreas onde há maior grau de violência e portanto maior vulnerabilidade”, adiantou.
“Não podemos aceitar que o crime organizado substitua o Estado e a sociedade brasileira”.
Segundo Dilma, onde não há presença do Estado, parcerias e organização empresarial, “a tendência é que as ações criminosas se desenvolvam e substituam as ações do Estado e da sociedade nos sentido de incluir os jovens”.
Sem marcar data para abertura de vagas do programa, Dilma pediu apoio de micro e pequenos empresários e de instituições que compõem o Sistema S para colocar em prática a proposta, que foi uma de suas promessas de campanha.
A presidente destacou que as micro e pequenas empresas estão presentes em cada bairro, distrito ou comunidade do país e poderão ser a porta de entrada dos jovens no mercado de trabalho.
Com o Pronatec Aprendiz, as micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais (MEIs) poderão contratar jovens aprendizes com o apoio do governo, que vai custear o treinamento e acompanhamento do adolescente por meio de recursos do Pronatec.
“O jovem vai ter oportunidade de processo mais rico de formação profissional, queremos combinar cursos de qualidade e experiência”, avaliou a presidente.
“As empresas também vão ter benefícios, elas terão no seu quadro funcional jovens, com tudo aquilo que caracteriza os jovens: incrível capacidade de aprender, imensa curiosidade, e bem motivados, a capacidade transformadora que caracteriza o ser humano na juventude. A contratação terá menos encargos, porque haverá um período de ensino, de aprendizagem, feita fora da empresa”, acrescentou.
Dilma não anunciou a meta para a contratação de aprendizes pelas micro e pequenas empresas, mas disse que o objetivo será redefinido a cada vez que o governo atingir o número. “Vamos deixar um meta aberta, quando a gente atingir a meta, dobramos a meta”.
As vagas do Pronatec Jovem Aprendiz vão integrar a segunda etapa do Pronatec, lançada em junho do ano passado, com previsão de 12 milhões de matrículas até o fim de 2018.