Brasil

Projetos mal feitos emperram obras do PAC

Pouco cuidado no planejamento está esticando programa do governo

Relatórios do TCU estão recheados de relatos e reclamações de projetos de baixa qualidade (EXAME)

Relatórios do TCU estão recheados de relatos e reclamações de projetos de baixa qualidade (EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2011 às 09h39.

São Paulo - Não são apenas os processos ambientais que atrasam o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A falta de cuidado na elaboração de projetos básicos e executivos - ou mesmo a ausência deles - também tem sido uma pedra no sapato do governo federal. Além de esticar o cronograma de obras, a má qualidade dos estudos pode provocar brigas judiciais intermináveis.

Os relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) estão recheados de relatos e reclamações de projetos de baixa qualidade, sem informações necessárias para a obra, técnicas ultrapassadas de construção e valores inadequados. Na maioria dos casos, os ministros paralisam as obras e exigem novos estudos. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o Porto de Itaqui, importante rota para escoar a safra de grãos da Região Norte do País.

O contrato para a dragagem dos berços 100 a 103 e a construção de uma área nos berços 100 e 101 foi suspenso por causa de inconsistências no projeto. A Empresa Maranhense de Administração Portuária precisará fazer novos levantamentos de campo e redefinir a metodologia para dragagem e construção da área de apoio ao porto.

"O projeto será readequado às condições de campo", afirmou a administradora, destacando que a conclusão dos estudos ocorrerá até o fim do mês. Somente após essa data será possível definir um novo cronograma de obras. A expectativa inicial era de que o empreendimento ficasse pronto até dezembro de 2009. Enquanto isso, boa parte dos produtores da nova fronteira agrícola Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) tem de transportar a safra por algumas centenas de quilômetros até os portos do Sul e do Sudeste.

Outra área que sofre com projetos de baixa qualidade é o de saneamento básico, em que as prefeituras são responsáveis pelos estudos. O diretor da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base, Newton Azevedo, afirma que os municípios têm grande dificuldade para executar e contratar empresas que façam o trabalho conforme as exigências da legislação. "Com projetos ruins, o processo licitatório na maioria dos casos não vai para frente ou é embargado por decisões judiciais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Desenvolvimento econômicoGoverno DilmaPAC – Programa de Aceleração do Crescimento

Mais de Brasil

Isenção do IR para até R$ 5 mil: Lula diz que proposta será enviada ao Congresso em 18 de março

Rodovia Anchieta fica quase 12h totalmente interditada após carreta derrubar passarela

Vereadores de São Paulo aprovam mudança de nome da Guarda Civil para Polícia Municipal

Governo Lula: avaliação negativa supera positiva pela 1ª vez em atual mandato, diz Ipec-Ipsos