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Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 22h32.
Nações Unidos - Um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU redigido pelas potências ocidentais adverte Muamar Kadhafi de que a violência na Líbia pode ser considerada crime contra a humanidade, informaram diplomatas nesta sexta-feira.
A resolução também pede um embargo de viagens e congelamento de bens contra Kadhafi e seus principais aliados e um embargo do envio de armas à Líbia.
O texto diz que a Corte Penal Internacional deveria investigar a violência no país, segundo diplomatas.
"A resolução afirma que essa violência pode representar crime contra a humanidade", informou um diplomata.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que o Conselho de Segurança deve adotar medidas decisivas e que "a perda de tempo significa a perda de vidas humanas".
"Já é hora do Conselho de Segurança considerar medidas concretas" contra o regime líbio. "Os próximos dias serão decisivos para os líbios e para seu país, com implicações importantes para toda a região".
"A violência deve parar" e os responsáveis pelo "derramamento de sangue dos inocentes devem ser punidos", disse o secretário-geral, citando mais de mil mortos na repressão praticada pelo regime do coronel Muammar Khadafi.
"Há confrontos diários em ao menos três cidades próximas a Trípoli. A população não pode mais sair de casa, sob o risco de ser abatida por forças do governo ou milícia".
"Os partidários do coronel Kadhafi estão fazendo batidas de casa em casa. Há informações de que entraram em hospitais para matar opositores feridos", disse Ban Ki-moon.
"Há informações sobre a execução de soldados que se recusam a atirar contra os cidadãos", destacou Ban Ki-moon, que citou ainda "mortes indiscriminadas, prisões arbitrárias, disparos contra manifestantes pacíficos, detenção e tortura de membros da oposição e utilização de mercenários estrangeiros".
O Conselho de Segurança, que concluiu suas consultas sobre a Líbia nesta sexta-feira, retomará as discussões no final da manhã de sábado, informou um alto funcionário da ONU.
Em meio aos debates, o embaixador da Líbia na ONU, Mohammed Shalgham, anunciou que abandonava o regime do coronel Khadafi, como fez na segunda-feira seu vice, Ibrahim Debbashi.
O diplomata, que até o momento se mantinha fiel ao ditador líbio, pediu hoje que as Nações Unidas "salvem a Líbia, impeçam o derramamento de sangue, as mortes de mais inocentes". "Queremos uma resolução decisiva, rápida e corajosa".
Sentado atrás dele, em lágrimas, estava seu ex-vice, Debbashi, que abandou Khadafi na segunda-feira.