Sala de aula: os educadores alegam que os pontos divergentes não foram resolvidos, como o pagamento de 1/3 de férias (Fengyuan Chang/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2015 às 14h44.
Curitiba - Uma assembleia com cerca de 20 mil professores reunidos no estádio da Vila Capanema, em Curitiba (PR), decidiu manter por tempo indeterminado a greve que já dura 24 dias e é a mais longa da categoria no Paraná.
Logo em seguida, os professores iniciaram uma caminhada em direção ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, a quatro quilômetros do estádio.
O governo do Estado, por meio de nota, lamentou a continuidade do movimento e disse que entrará novamente com um pedido de ilegalidade e abusividade da greve, o que já foi tentado anteriormente, mas negado pela Justiça.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, existe a possibilidade de uma nova reunião com o governo.
"Queremos uma mesa de conciliação para avançarmos e, em uma próxima assembleia, decidirmos pelo movimento", comentou.
O governo alegou que já cumpriu alguns itens da pauta, como o pagamento de hora-atividades, melhorias do transporte e na merenda, além de reajuste salarial.
Já os educadores alegam que os pontos divergentes não foram resolvidos, como o pagamento de 1/3 de férias.
O governo diz ter programado o pagamento até dia 31 deste mês, mas o sindicato exige pagamento imediato.
Há ainda a exigência, por parte dos grevistas, da nomeação imediata de 1.460 profissionais da educação, enquanto o governo propõe que a contratação ocorra entre maio e junho.
A mobilização reúne 100 mil profissionais e atinge 950 mil alunos da rede estadual.
Pressão
Em meio a uma grave crise de fluxo de caixa, o governador Beto Richa (PSDB) tem enfrentado forte pressão popular contra os dois pacotes de ajuste fiscal anunciados em novembro e em janeiro.
Entre outras medidas, estão previstos cortes de gastos em quase todos os setores da administração, extinção de secretarias e aumento de impostos.
Sindicatos de vários setores do funcionalismo já demonstraram insatisfação com o "pacotaço", mas o principal foco de resistência são os professores.