Greve: os professores reivindicam, entre outras coisas, reposição salarial de 30% e fim do parcelamento de salários (Fernando Frazão/ABr)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 17h46.
Em greve há mais de três meses, os professores da rede pública do estado do Rio de Janeiro decidiram hoje (8), em assembleia, pela continuação da paralisação por ampla maioria, com palavras de ordem “não têm arrego”.
Uma nova assembleia foi marcada para o dia 16 de junho e, após a plenária, eles marcharam da Candelária à Central do Brasil para celebrar o Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública.
Os professores reivindicam reposição salarial de 30%, retorno do calendário de pagamento no segundo dia útil do mês para aposentados e ativos, fim do parcelamento de salários, entre outras demandas.
Ontem (7), em reunião entre grevistas e representantes do governo do Rio, o Secretário de Educação, Wagner Victer, informou que não há perspectiva de reajuste salarial e que vai manter o pagamento até o 10º dia útil. Também não está descartado o parcelamento dos salários.
A professora primária Lúcia de Souza, de 45 anos, votou pela continuação da greve.
“Não aceitamos zero por cento de aumento, é inadmissível. As condições de trabalho já estão tão difíceis, não podemos ainda por cima pagar para trabalhar. Temos contas para pagar, família para sustentar”, desabafou.
Sobre a reivindicação de 30 horas de jornada para funcionários, há um projeto de lei tramitando na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), mas sua aprovação está condicionada ao fim da greve.
O governo também condicionou a convocação dos professores ainda não enquadrados em “uma matrícula, uma escola” ao fim da greve.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), serão respeitados os 200 dias letivos, conforme previsto em lei.
Algumas escolas poderão não ter o recesso do período olímpico, em agosto deste ano, e avançar o ano letivo de 2016 em dezembro, janeiro e até fevereiro de 2017.
Desde o início da greve, em 2 de março, os estudantes decidiram apoiar a luta dos profissionais do ensino e chegaram a ocupar mais de 40 escolas no estado. Apenas duas escolas, que funcionam no mesmo prédio, permanecem ocupadas, segundo a secretaria.