O minério de ferro representa 82 % das exportações minerais brasileiras (AGÊNCIA VALE)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 15h10.
Brasília - O Brasil poderá dobrar sua produção de minério de ferro até 2014, para aproximadamente 800 milhões de toneladas por ano, em meio ao aumento do investimento na área e início da operação de novos projetos, informou o Ibram, que representa a indústria de mineração.
Para 2011, a produção de minério de ferro no país deverá crescer para 420 milhões de toneladas, ante 370 milhões de toneladas em 2010, disse Paulo Camillo Penna, presidente do Ibram, em entrevista à Reuters.
"O cenário que temos atualmente é de elevada demanda e oferta escassa. Não há outro motivo para os preços estarem em alta", disse Penna quando questionado se o mercado absorveria o esperado aumento de produção no Brasil, segundo maior exportador mundial da commodity.
O valor total da produção mineral brasileira cresceu para aproximadamente 40 bilhões de dólares em 2010, 66 por cento acima do registrado em 2009 (US$24 bilhões), quando o setor ainda sofria com os efeitos da crise financeira global.
Produtores de minério de ferro no Brasil, com destaque para a Vale, se beneficiaram recentemente de um novo modelo de reajuste dos preços, que leva em conta a variação no mercado à vista (spot).
Com a demanda chinesa seguindo forte, volumes e receita deram um salto.
"A performance de todo o setor de mineração foi além do esperado... Nós temos estoques limitados, dificuldade de elevar a produção (globalmente), e aumento da demanda. Deveremos ter um ciclo de aumento de preços, mesmo com aumento da produção", afirmou Penna.
Segundo ele, a receita no setor deverá seguir crescendo aproximadamente 10 por cento ao ano até pelo menos 2013.
O minério de ferro representou 82 por cento das exportações minerais do país em 2010, segundo o Ibram, e deverá consumir dois terços dos 62 bilhões de dólares previstos para investimentos no setor mineral até 2014.
Penna disse ainda que espera que o Brasil atinja autossuficiência em cobre ao final de 2011.
"Se não fosse pela crise, já teríamos chegado lá. Mas vai acontecer ao final desse ano".
Segundo ele, o interesse em exploração de ouro em vários lugares no país cresceu em meio à elevação dos preços internacionais do metal precioso.
"Tem ocorrido crescimento vertiginoso em ouro", afirmou, acrescentando que espera que o país suba no ranking dos maiores produtores globais de agora em diante (atualmente o país está na 12a posição).
"Existem grandes prospectos no Brasil para elevar a produção. Eu acredito que em breve o Brasil estará entre os 10 maiores produtores e, talvez, entre os cinco maiores", disse.