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Procuradoria recorre para condenar João Santana por corrupção

Sérgio Moro condenou Santana e sua mulher, Mônica Moura, mas deixou de fora a prática de corrupção passiva

João Santana e Mônica Moura: cada um pegou 8 anos e quatro meses de prisão (Rodolfo Buhrer/Reuters)

João Santana e Mônica Moura: cada um pegou 8 anos e quatro meses de prisão (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2017 às 09h53.

São Paulo - A Procuradoria da República no Paraná recorreu da sentença do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, que condenou o ex-marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, a 8 anos e 4 meses de prisão cada um, pelo crime de lavagem de dinheiro.

Os procuradores pedem a Moro que reconheça também a prática de corrupção passiva pelo casal. No mesmo recurso, os procuradores defendem a condenação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por lavagem de dinheiro. O petista havia sido condenado, inicialmente, por corrupção passiva.

Os marqueteiros das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) foram condenados, em fevereiro, no âmbito de processo relacionado ao esquema de corrupção envolvendo contratos entre o grupo Keppel Fels e a Petrobras nas plataformas P-51, P-52, P-56 e P-58, e contratação de estaleiros.

Segundo o Ministério Público Federal, a empresa pagava, por meio do lobista Zwi Skornicki, propinas ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque para prestar serviços à petrolífera.

"João Vaccari, Mônica Moura e João Santana, direta ou indiretamente, em unidade de desígnios e de modo consciente e voluntário, solicitaram, aceitaram e receberam, para si e para outrem, os valores espúrios oferecidos/prometidos por Zwi Skornicki e aceitos pelos funcionários da Petrobras, agindo como beneficiários da corrupção", afirmam os procuradores.

No recurso, o Ministério Público Federal argumenta que Santana e Mônica "também devem ser responsabilizados pela prática dos crimes de corrupção passiva praticados tanto nos contratos firmados diretamente pelo grupo Keppel Fels com a Petrobras quanto naqueles relativos à contratação feita por intermédio da Sete Brasil".

Já o ex-tesoureiro do PT foi condenado por receber propinas e repassá-las ao casal.

Defesas

Procurado pela reportagem, o advogado Fábio Tofic, que representa João Santana e Mônica Moura, não havia respondido até a conclusão desta matéria. A reportagem entrou em contato com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT, mas não obteve resposta. As defesas dos outros citados não foram localizadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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