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Procuradoria prepara novas denúncias na Lava Jato

O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou que o esquema de corrupção na Petrobras "era pluripartidário"


	PF: as três denúncias desta quinta-feira envolvem políticos e ex-políticos do PP e do PT, mas os procuradores avisaram que "novos pacotes (de acusações) virão"
 (Arquivo/Agência Brasil)

PF: as três denúncias desta quinta-feira envolvem políticos e ex-políticos do PP e do PT, mas os procuradores avisaram que "novos pacotes (de acusações) virão" (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 10h26.

São Paulo e Curitiba - O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o esquema de corrupção na Petrobras "era pluripartidário".

Ao divulgar três denúncias criminais contra quatro ex-deputados federais - os primeiros políticos da Lava Jato formalmente acusados perante a Justiça Federal -, e outros nove investigados o procurador assinalou que "os principais partidos envolvidos até onde as provas já chegaram nesse momento foram o Partido Progressista (PP), PMDB e Partido dos Trabalhadores".

São acusados os ex-deputados André Vargas (ex-PT), Pedro Corrêa (ex-PP) e Luiz Argôlo (ex-PP, hoje SD). Além deles, a ex-deputada Aline Corrêa (PP/PE), filha de Pedro Corrêa, também foi denunciada.

A partir da apuração que tinha como alvo a lavanderia usada pelo ex-líder do PP na Câmara dos Deputados José Janene (morto em 2010) para movimentar o dinheiro do mensalão, a Lava Jato chegou a um bilionário esquema de corrupção e cartel na Petrobras, por meio de indicações políticas nas diretorias.

Nele, PT, PMDB e PP indicavam os diretores na Petrobras e arrecadavam de 1% a 5% de propina em contratos bilionários assinados com um cartel de 16 empreiteiras. São 15 delatores que já confessaram o esquema.

As três denúncias desta quinta-feira, 14, envolvem políticos e ex-políticos do PP e do PT, mas os procuradores avisaram que 'novos pacotes (de acusações) virão' e que 'a maior parte das investigações envolvendo o núcleo de políticos não está em primeira instância, mas na Procuradoria Geral da República'.

Com essas três denúncias, a força-tarefa da Lava Jato estima já ter identificado um total de R$ 6,2 bilhões desviados em propinas na Petrobras - valor reconhecido pela estatal.

Os procuradores explicaram que as primeiras denúncias contra políticos completam o primeiro pacote de acusações envolvendo o esquema descoberto a partir da lavanderia de dinheiro do doleiro Alberto Youssef - preso, condenado e delator dos processos.

Com as denúncias, o juiz federal Sérgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato - decidirá se aceita ou não os argumentos para decidir se abre processo criminal contra os ex-deputados.

O primeiro pacote de denúncias contra políticos na Lava Jato tem duas frentes. Uma das duas denúncias que envolvem os dois ex-membros do PP - Corrêa e Argolo -, tem como origem os desvios de recursos da Petrobras via contratos do cartel, por meio da lavanderia do doleiro Alberto Youssef.

No caso de Vargas, ex-PT, as apurações se espraiam para um dos setores ainda pouco explorado na Lava Jato, os contratos de comunicação e publicidade, envolvendo outros órgãos do governo, Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde.

"Hoje (ontem) estamos ingressando pela primeira vez em um quarto núcleo, que é o dos agentes políticos", disse o procurador da República Deltan Dellagnol.

"As denúncias de hoje (ontem) representam o começo do fechamento de um ciclo. Ao longo do último ano nós investigamos um imenso esquema de corrupção e haviam sido atingidos até agora com acusações criminais três núcleos, que são os dos agentes públicos, dos empresários e dos operadores financeiros ou profissionais da lavagem de dinheiro."

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