Renan Calheiros: presidente do Senado foi denunciado pela PGR no âmbito da Operação Lava Jato (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Bárbara Ferreira Santos
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 13h17.
Última atualização em 12 de dezembro de 2016 às 17h37.
São Paulo -- O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta segunda-feira (12) o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato pelo suposto recebimento de propina no valor de R$ 800 mil e lavagem de dinheiro em doações oficiais da empreiteira Serveng.
O presidente do Senado já é réu em uma ação no Supremo sob a acusação de recebimento de propina da construtora Mendes Júnior.
Segundo a denúncia feita nesta segunda pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os parlamentares teriam oferecido apoio político para manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de abastecimento da Petrobras. A denúncia alega que Costa "praticou os atos necessários para que a Serveng participasse de licitações na empresa pública".
O diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor, também foi denunciado. De acordo com a PGR, ele teria feito doações ao Diretório Nacional do PMDB na ordem de R$ 500 mil em 18/08/2010 e de R$ 300 mil em 24/9/2010.
Segundo nota enviada pela PGR à imprensa, o dinheiro teria seguido do Diretório Nacional do PMDB para o Comitê Financeiro do PMDB/AL e depois para o presidente do Senado, Renan Calheiros, em uma suposta "estratégia de lavagem de dinheiro".
A PGR afirma que o suposto apoio do PMDB para a manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento, "incluindo o do senador Renan Calheiros", teria sido confirmado em colaboração premiada por Alberto Youssef, Fernando Falcão Soares e Delcídio do Amaral.
A denúncia também inclui registros de supostas entradas na Petrobras e quebras de sigilo bancário.
A denúncia da PGR pede a condenação de Renan Calheiros e Aníbal Gomes pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além da perda das funções públicas. Veja a íntegra da denúncia.
Paulo Twiaschor é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Janot também pede a "reparação dos danos materiais no valor mínimo de R$ 800 mil e de R$ 800 mil para os danos transindividuais (coletivos) causados, equivalente ao valor da propina".
Em nota, Renan Calheiros nega que tenha autorizado ou consentido que o "deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância." Ele também reitera "que suas contas eleitorais já foram aprovadas e está tranquilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação."