Ângelo Goulart Vivela: o procurador recebia uma mesada de R$ 50 mil de Joesley para mantê-lo informado sobre os passos da Operação (Youtube/TV ANPR/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de junho de 2017 às 14h57.
São Paulo - A Procuradoria Regional da República na 3ª Região (PRR3) denunciou nesta segunda-feira, 5, o procurador da República Ângelo Goulart Villela pelos crimes de corrupção, violação de sigilo funcional e obstrução de Justiça.
Goulart é acusado de atuar como agente infiltrado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, na força-tarefa da Operação Greenfield - investigação do Ministério Público Federal sobre rombo bilionário nos maiores fundos de pensão do País.
Goulart recebia uma mesada de R$ 50 mil de Joesley para mantê-lo informado sobre os passos da Operação Greenfield. O procurador integrava a força-tarefa.
A denúncia atinge também o advogado Willer Tomaz, que teria sido o responsável pela cooptação de Goulart. Os investigadores estão de posse de imagens de um jantar em Brasília em que estavam presentes o procurador, o advogado e o diretor da JBS Francisco de Assis e Silva.
O próprio Joesley comunicou ao presidente Michel Temer sobre a mesada de R$ 50 mil ao procurador durante reunião no Palácio do Jaburu na noite de 7 de março.
O procurador e o advogado estão presos desde a deflagração da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, em 18 de maio. Ao apresentar a denúncia criminal contra Goulart e Tomaz, a Procuradoria Regional da República requereu a manutenção da ordem de prisão que pesa contra Ângelo Goulart e Willer Tomaz.