Documentos: grupo diz que o cumprimento do prazo depende do volume de pedidos que forem feitos, uma vez que as duas universidades sob responsabilidade do Galileo têm 9,5 mil alunos (Dreamstime)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 16h49.
Rio de Janeiro – O Procon-RJ, órgão da Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro (Seprocon), autuou o Grupo Galileo por dificultar a entrega de documentos para a transferência de alunos da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), dos quais é a atual mantenedora.
As duas instituições foram descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) no último dia 13.
O diretor jurídico do Procon-RJ, Carlos Eduardo Amorim, disse que a notificação foi encaminhada ontem (15) ao grupo.
Ele informou à à Agência Brasil que a notificação determina, por ato sancionatório, que a empresa viabilize em dez dias a entrega dos documentos necessários para a transferência dos estudantes da Gama Filho e da UniverCidade para outras universidades.
“E notificamos o grupo para que demonstre que estão sendo tomadas medidas neste sentido em 48 horas.”
De acordo com Amorim, o documento foi enviado pelos Correios porque o Procon-RJ não conseguiu notificar pessoalmente os dirigentes do Galileo, porque não encontrou nenhum funcionário no edifício-sede do grupo, no centro do Rio.
Amorim alertou que, se o aviso de recebimento dos Correios voltar negativo, a notificação será publicada no Diário Oficial do estado, “e eles vão ser citados”.
Segundo o diretor do Procon-RJ, mesmo que não tenha recebido a notificação, o Grupo Galileo não pode alegar desconhecimento do documento, pois a divulgação para a mídia já foi feita.
“Ciência eles já têm. Não vamos permitir que se escusem de receber isso, não.”
Conforme a Lei Estadual 6.007/11, o grupo tem prazo de 15 dias para apresentar defesa em relação às dificuldades que estaria impondo à transferência dos alunos. Amorim informou que o objetivo desse procedimento é verificar se a Galileo está cometendo algum ato ilícito.
“É outro caminho, para verificação da conduta deles perante o consumidor.”
Ele disse que, se a defesa não conseguir comprovar a inexistência de infrações, a Galileo será multada.
A multa mínima é de R$ 509,46 e a máxima, de R$ 7 milhões. Para ele, o valor máximo, que é vinculado ao poder econômico da empresa, não deverá ser imposto no caso da Galileo.
O Procon-RJ não tem recebido denúncias contra a Galileo, como as que foram feitas no ano passado, devido à falta de pagamento aos funcionários, que estavam em greve.
O caso está sendo verificado, disse Amorim, adiantando que o grupo, “certamente, será multado”.
Procurado pela Agência Brasil, o Grupo Galileo informou não ter recebido, até o momento, a notificação do Procon-RJ.
A força-tarefa composta por 15 funcionários, montada para atender aos alunos na secretaria-geral e administrativa, vai ser dobrada nos próximos dias.
Segundo a assessoria de imprensa do grupo, antes mesmo de o Procon-RJ emitir qualquer notificação, já se trabalhava com o prazo de dez dias úteis para atender aos estudantes.
Porém, o grupo diz que o cumprimento do prazo depende do volume de pedidos que forem feitos, uma vez que as duas universidades sob responsabilidade do Galileo têm 9,5 mil alunos.
A expectativa é que o prazo será suficiente, porque o expediente interno continua funcionando. O atendimento aos alunos, entretanto, é feito somente pela internet, no e-mail da reitoria.