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Doria tem relator favorável em processo de impugnação

Pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo é acusado de cometer 'abuso econômico' por usar cavaletes e boca de urna nas prévias


	João Doria: processo de impugnação de campanha dentro do próprio partido terá relatoria do aliado Jorge Farid
 (Rafael Cusato)

João Doria: processo de impugnação de campanha dentro do próprio partido terá relatoria do aliado Jorge Farid (Rafael Cusato)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 23h48.

São Paulo - A direção do PSDB paulistano escolheu nesta noite Jorge Farid, vice-presidente do diretório municipal, como relator do processo contra João Doria nas prévias que vão escolher o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo.

Fahrid foi apontado pelo presidente da Executiva do PMDB no município, Mario Covas Neto, o Zuzinha, em uma reunião que durou mais de duas horas e que teve objeções de aliados de Andrea Matarazzo.

"Primeiro eu pedi que aqueles que se sentissem impedidos levantassem a mão, restaram quatro ou cinco e eu escolhi um que me pareceu que ao longo da campanha teve uma exposição menor a respeito de envolvimento (com algum dos três pré-candidatos - Doria, Matarazzo ou Ricardo Trípoli)", disse Zuzinha ao sair da reunião.

O dirigente relatou que "alguém mais ligado ao Andrea (Matarazzo) começou a atribuir uma desconfiança" ao nome de Farid, mas que a escolha foi a melhor possível.

Ao sair do encontro em que foi escolhido como relator, Farid disse que manteve-se isento no primeiro turno das prévias enquanto vice-presidente do diretório municipal, mas que seu diretório zonal assumiu uma postura pró Dória ao votar majoritariamente com o empresário, que é o candidato do governador Geraldo Alckmin.

"No momento que as urnas falam, você acaba se mostrando", admitiu. "Assumo algumas posições pessoais nesse segundo turno. Em função da própria votação que tivemos lá (em Vila Prudente), assumimos uma posição junto ao candidato Doria", afirmou.

Farid disse ainda, pessoalmente, não ver nas ações da campanha de Doria motivo para cancelar a inscrição dele como candidato nas prévias.

"Não acredito nesse tipo de excesso que venha a desqualificar a eleição ou que possa ter desequilibrado a eleição da forma que ela ocorreu. Acho que a eleição ocorreu de uma forma vitoriosa para a própria condição do diretório municipal", disse.

"Me parece que estava na regra do jogo (a conduta da campanha de Doria), num acerto entre os candidatos", completou.

Apesar de suas posições favoráveis em relação a Doria, Farid se disse preparado para relatar o processo da petição de impugnação da candidatura do empresário. "Vou buscar apresentar a maior isenção possível. Não faço campanha carnívora, não sou tucano carnívoro."

No domingo, 28, dia dos primeiro turno das prévias tucanas, em que Doria teve a maior votação, passou para o segundo turno com Matarazzo e em que Trípoli saiu derrotado, o ex-governador Alberto Goldman e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, entraram com uma petição pedindo a impugnação da candidatura de Doria e sanções a ele.

Goldman e Aníbal, respectivamente aliados de Matarazzo e de Trípoli, alegaram que Doria desrespeitou a lei eleitoral e cometeu "abuso de poder econômico" ao usar cavaletes e práticas como boca de urna e transporte de eleitores no dia da votação.

Doria e seus aliados argumentam que as práticas estavam autorizadas pelo partido e que haviam sido combinadas verbalmente entre as equipes dos três candidatos. No domingo, os advogados do PSDB emitiram um parecer autorizando o uso de cavaletes e o transporte de eleitores.

Agora, a petição de Goldman e Aníbal seguirá um rito, aprovado pela direção municipal nesta quarta-feira. Depois de ouvir as partes, Farid produzirá um relatório que será levado à apreciação do diretório municipal - composto por 75 membros.

A solução agrada a Alckmin e a aliados de Doria, pois se a decisão coubesse apenas à Executiva municipal, Matarazzo teria mais força para aprovar a impugnação de seu adversário na disputa interna.

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