Brasil

Processo contra chapa Dilma-Temer não deve terminar este ano

"(...) eu acho difícil (encerrar o julgamento em 2016) porque a instrução de um processo como esse é alongada", disse a ministra Cármen Lúcia


	Michel Temer e Dilma Rousseff: uma cassação da chapa ainda em 2016 causaria a convocação de eleições gerais no País
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Michel Temer e Dilma Rousseff: uma cassação da chapa ainda em 2016 causaria a convocação de eleições gerais no País (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2016 às 09h33.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou na noite desta segunda-feira, 17, que o processo contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 não deve terminar este ano no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma cassação da chapa ainda em 2016 causaria a convocação de eleições gerais no País.

"Não componho mais o TSE, eu acho difícil (encerrar o julgamento em 2016) porque a instrução de um processo como esse é alongada", disse a ministra, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Cármen Lúcia lamentou o momento que o País vive quando foi provocada a fazer uma avaliação do governo de Dilma Rousseff.

"Eu acho que foram vários governos, na verdade. O início do primeiro governo era uma coisa e as condições econômicas se deterioram muito. Lamento muito por tudo que passamos, nunca acho que haja para os melhores ou piores governos responsabilidade de uma pessoa sozinha", afirmou.

A ministra comentou que quando pediu para ser chamada de "presidente", e não de "presidenta", quando foi eleita para comandar o STF em agosto, não estava criticando a forma usada por Dilma Rousseff na Presidência da República.

"Eu acho que Dilma optou por isso porque era realmente uma marca de uma sociedade tão preconceituosa quanto a nós, mulheres, de demarcar um espaço que chamasse atenção." Para ela, se o cargo descrito em lei é o de "presidente", o titular que o ocupa não pode alterá-lo.

Perguntada se a Constituição Federal foi "rasgada" em algum episódio recente no Congresso Nacional ou na Justiça, Cármen Lúcia afirmou que não tem essa interpretação. "Para isso temos sempre a via do Poder Judiciário para que se ela (a Constituição), por acaso for rasgada, dá sempre um jeito, alguém vai remendar."

A ministra negou ter interesse em se candidatar a um cargo político. "Não tenho essa vocação, só sei mexer com processo. Fui advogado, sou juíza e professora e só isso", declarou.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaDilma RousseffEleiçõesEleições 2014GovernoMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSupremo Tribunal Federal (STF)TSE

Mais de Brasil

Flávio Dino suspende repasses de emendas para universidades de oito estados

Senado adia votação de texto que tentava 'driblar' proposta do governo de endurecer penas de roubo

Celular Seguro vai mandar mensagens de alerta a celulares roubados mesmo após terem chips trocados

Em resposta às tarifas de Trump, Senado aprova Lei da Reciprocidade Econômica