Porto de Santos: leilão de privatização deve movimentar R$ 16 bilhões (Santos Brasil/Divulgação)
Carla Aranha
Publicado em 24 de agosto de 2021 às 19h05.
Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 10h45.
Prevista para o primeiro semestre do ano que vem, a privatização do porto de Santos, considerado o maior da América Latina, deve gerar 16 bilhões de reais em investimentos, segundo o Ministério da Infraestrutura. Os estudos de modelagem econômica estão praticamente finalizados e a consulta pública deve acontecer até novembro. "Todo o processo já avançou bastante", diz Diogo Piloni, secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura. Com isso, foi possível fazer uma estimativa mais precisa sobre o potencial do leilão.
Há uma série de melhorias previstas, como o aprimoramento dos acessos terrestres ao porto e o aprofundamento do calado. Também está em pauta a construção de um túnel submerso entre Santos e o Guarujá.
Com a ascensão da agenda ESG no mundo — e um olhar cada vez mais atento dos investidores internacionais para compromissos com o meio ambiente — o porto de Santos, administrado pela estatal Santos Port Authority (SPA), realizou recentemente uma parceria com a Rede Brasil do Pacto Global, da ONU, para colocar em prática iniciativas referentes à descarbonização. Outras medidas a ser adotadas são a compilação de um inventário de emissão de gases de efeito estufa e a implantação de tecnologias voltadas para a despoluição do mar.
O porto de Santos fechou o semestre com resultados positivos. No último trimestre, o aumento do lucro chegou a 126% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 99 milhões de reais. O faturamento superou a marca de 1 bilhão de reais. Pela primeira vez deverão ser distribuídos dividendos ao governo federal. Segundo a SPA, a nova fase da companhia se deve a uma reestruturação de gestão, ao aumento da movimentação de cargas e uma política de cortes de custos. Em 2020, o lucrou chegou a 202,5 milhões de reais, 132% mais em relação a 2019. "A intenção era justamente preparar o porto para a privatização", diz Piloni.