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Príncipe Charles elogia combate ao desmatamento do Brasil

Príncipe Charles: o herdeiro é um militante do assunto


	Herdeiro militante: para o príncipe Charles, o Brasil demonstra que "tudo é possível" quando vontade política e liderança se somam à iniciativa privada
 (Christian Hartmann/ Reuters)

Herdeiro militante: para o príncipe Charles, o Brasil demonstra que "tudo é possível" quando vontade política e liderança se somam à iniciativa privada (Christian Hartmann/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 14h27.

Paris - O príncipe Charles, ativista da luta pela proteção de florestas tropicais, rasgou elogios nesta terça-feira, 1, à política do governo brasileiro de combate ao desmatamento da Amazônia.

Segundo o herdeiro da coroa do Reino Unido, o Brasil demonstra que "tudo é possível" quando vontade política e liderança se somam à mobilização da iniciativa privada e da sociedade civil.

As declarações foram feitas na manhã desta terça, segundo dia da 21ª Conferência do Clima (COP-21) das Nações Unidas, em meio a um discurso que Charles realizou em um evento sobre o combate à devastação de florestas tropicais pelo mundo.

O príncipe é um militante do assunto e organizou em outubro passado uma conferência em Londres da qual a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabela Teixeira, foi uma das palestrantes.

Em seu pronunciamento, de cerca de 10 minutos, Charles lembrou uma das declarações feitas pela ministra brasileira no evento.

"É preciso que haja vontade política e liderança no mais alto nível, como a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabela Teixeira, afirmou em uma reunião sobre desflorestamento que eu promovi em Londres no final de outubro", disse ele, se dizendo feliz com o fato de que o encontro que promovera "tenha contribuído para o bom momento dessas discussões".

"Quando a vontade política e liderança chegam à iniciativa privada e à sociedade civil, tudo se torna possível, como o Brasil e outros começam a demonstrar", destacou o príncipe.

O país já havia causado bom impacto político na COP-21 na segunda-feira, dia da abertura do evento.

Entre as reuniões paralelas que foram conduzidas pela presidente Dilma Rousseff no período que ela esteve em Paris, o governo fechou um acordo com a Noruega para o investimento de mais US$ 650 milhões no Fundo Amazônia, voltado para a conservação da floresta, até 2020.

Desde 2008 o país já investiu cerca de US$ 1 bilhão para este fim em solo brasileiro. O país também assinou uma declaração conjunta com mais 14 países que têm floresta tropical assumindo o compromisso com o não-desmatamento.

Os elogios à ação brasileira contra a destruição florestal acontecem no momento em que o Ministério do Meio Ambiente diagnosticou um aumento de 16% no desmatamento nos Estados da Amazônia entre agosto de 2014 e julho de 2015, um período em que 5,8 mil quilômetros quadrados foram devastados - uma área equivalente a cinco vezes a da cidade de São Paulo.

O dado revelou uma reversão na tendência de queda diagnosticada entre 2004 e 2012, quando o índice de desmatamento da área da Amazônia em território brasileiro caiu mais de 83%.

Um dos principais compromissos assumidos pela delegação brasileira na COP-21, em Paris, é zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, além de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa no mesmo período, em relação a 2005.

Sem citar o Brasil, o príncipe Charles defendeu em seu discurso que acabar com o desflorestamento seja um objetivo concreto da luta contra as mudanças climáticas, envolvendo não apenas governos, mas também a iniciativa privada, em especial empresas envolvidas na exploração de recursos minerais.

"Parar o desflorestamento tem de se tornar o objetivo com o qual cada companhia de commodities deve se comprometer", disse o herdeiro britânico. "Zerar o desmatamento precisa se tornar a norma, e não a exceção."

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