Bolsonaro e Paulo Guedes: principal pauta do governo deve ter vida dura no Congresso (Fátima Meira/FuturaPress)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 06h33.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 07h05.
Após o furacão Bebianno, o governo tenta retomar os ares de normalidade nesta quarta-feira. Ontem, áudios divulgados pela revista VEJA mostram que o ex-ministro da Secretaria-Geral não tinha mentido ao dizer que conversou com o presidente Jair Bolsonaro durante a polêmica sobre o uso de candidaturas laranjas pelo partido de ambos, o PSL.
Nesta quarta-feira, a popularidade de Bolsonaro e a assertividade do governo começam a ser postos à prova na mais importante pauta governista: a reforma da Previdência. O texto do projeto será entregue às 9h30 de hoje pessoalmente por Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Na sequência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, parte para um encontro com governadores em mais uma agenda para tentar angariar apoios.
Embora a reforma tenha amplo apoio entre parlamentares majoritariamente aliados a Bolsonaro, a aprovação vai ser dura. O texto precisa do aval de dois terços de um Congresso insatisfeito com os rumos do governo. Ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que ainda precisa de 60 a 70 votos para aprovar a proposta na Câmara.
É um cálculo considerado otimista por aliados do Planalto. Nesta terça-feira, a Câmara derrubou o decreto que permite a mais funcionários classificar documentos como secretos e ultra-secretos. Foi a primeira derrota do governo no Congresso e um recado dos deputados. Eles não estão de acordo com a falta de interlocução do governo, nem ficaram satisfeitos com a forma como o então ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi rifado pelo filho de Bolsonaro, Carlos. Todos os partidos, com exceção do PSL, defenderam que o decreto fosse avaliado nesta terça-feira.
Enfraquecido, o governo tende a depender ainda mais de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e de Davi Alcolumbre, presidente do Senado, ambos do DEM. A estratégia do governo de negociar não com bancadas ou partidos, mas com grupos de interesse, fica em suspenso em menos de dois meses de governo.
O texto da reforma da Previdência prevê idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres. A transição para a idade mínima irá começar em 56 anos para as mulheres, e em 61 anos para os homens, segundo revelou nesta quarta-feira 0 jornal O Globo.