Penitenciário de Pedrinhas: ataque mais grave dos últimos dias foi incêndio de ônibus em São Luís em represália à recente ocupação da prisão de Pedrinhas pela PM (Montelles/Divulgação/SEJAP)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 20h47.
Rio de Janeiro - O governo do Maranhão anunciou nesta segunda-feira que transferirá dezenas de presos para prisões de segurança máxima para interromper a onda de violência promovida por grupos que operam nos centros penitenciários.
O secretário de Segurança Pública do estado, Aluísio Mendes, disse em declarações à imprensa local que fez um acordo com o Ministério da Justiça para a transferência de pelo menos 25 presos para prisões federais.
O Ministério confirmou em comunicado que "iniciou um entendimento com as autoridades regionais para solucionar o problema de segurança pública" no estado.
O ataque mais grave dos últimos dias foi o incêndio de quatro ônibus urbanos na capital, em São Luís, em represália à recente ocupação da prisão de Pedrinhas pela Polícia Militar.
Por causa do incêndio da sexta-feira, uma menina, Ana Clara Santos Sousa, de seis anos, morreu hoje e outras cinco pessoas permanecem hospitalizadas com queimaduras.
A promotoria do Maranhão solicitou hoje que governo peça a "imediata" intervenção das tropas federais para conter a onda de violência.
O documento da promotoria, assinado pela procuradora geral interina, Terezinha de Jesus Anchieta Guerreiro, sustenta que os ataques ordenados pelos grupos armados das prisões causaram "medo" e geraram "descrédito" em relação à eficácia do sistema de segurança pública.
Em 2013 foram registrados pelo menos 60 assassinatos nas prisões do Maranhão, segundo um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que foi duramente questionado hoje pelo governo do estado. Para ele o relatório conteria imagens de supostas torturas que não correspondem às prisões do Maranhão, o que representaria uma "fraude grosseira".
O relatório também denuncia violações de mulheres durante visitas a presidiários "sem apresentar provas", segundo o governo estadual, que diz não ter recebido denúncias sobre estes fatos.