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Presos policiais acusados de cobrar propina de comerciantes

Os acusados também devem responder por extorquir dinheiro de mototáxis sem carteira de direção em Bangu


	Comércio popular no Rio de Janeiro: a operação, chamada de Compadre, tinha o objetivo de cumprir 78 mandados de busca e apreensão e 78 mandados de prisão.
 (Tânia Rêgo/ABr)

Comércio popular no Rio de Janeiro: a operação, chamada de Compadre, tinha o objetivo de cumprir 78 mandados de busca e apreensão e 78 mandados de prisão. (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2013 às 14h43.

Rio de Janeiro - A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro anunciou hoje (30) a prisão de 60 pessoas acusadas de cobrar propina de comerciantes que trabalham em feiras de Bangu e Honório Gurgel e de extorquir dinheiro de mototáxis sem carteira de direção em Bangu. Entre os detidos, 47 são policiais, sendo 41 da Polícia Militar e seis da Polícia Civil.

Segundo a secretaria, muitos mototaxistas faziam ainda o transporte de drogas. Com a propina paga aos policiais, as irregularidades não eram combatidas.

A operação, chamada de Compadre, tinha o objetivo de cumprir 78 mandados de busca e apreensão e 78 mandados de prisão. Ao todo, 12 policiais militares continuam foragidos.

O secretário de Segurança, Mariano Beltrame, diz que todos os policiais envolvidos devem ser expulsos das corporações à que pertencem. “Pelo conteúdo probatório, as acusações são graves e a composição da prova é de muita qualidade, não vejo outra resposta senão a demissão de todas essas pessoas”, disse ele, “[Essas pessoas] são fruto da sociedade, o que se tem que fazer, no caso da polícia, é capacitar, treinar essas pessoas, alertar, dar condições de trabalho, agora o que cada um trouxe de casa é muito difícil de se reverter”, concluiu Beltrame.

A operação foi executada por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e da Corregedoria da Polícia Militar, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

As investigações, que contaram com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, começaram no início do ano passado, depois que integrantes das comunidades atingidas fizeram a denúncia à Corregedoria. Os policiais, que na época trabalhavam nos 14º e 9º batalhões, costumavam cobrar R$ 70 semanais a comerciantes com mercadoria ilícita e R$ 10 a vendedores de mercadoria lícita, sem autorização da prefeitura para trabalhar. Em troca das propinas, os policiais deixavam de fiscalizar as ações ilícitas.

Desde 2008, foram expulsos de suas corporações mais de 1,4 mil policiais civis e militares.

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