Brasil

Presos no caso Marielle, ex-PM é filiado do DEM e PM reformado foi do MDB

Polícia prendeu na manhã desta terça-feira, no Rio, dois suspeitos de matar Marielle Franco

Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Vieira de Queiroz: presos pela morte de Marielle (//Divulgação)

Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Vieira de Queiroz: presos pela morte de Marielle (//Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2019 às 13h37.

Última atualização em 12 de março de 2019 às 13h39.

São Paulo - Preso na manhã desta terça-feira, 12, acusado de dirigir o carro onde estavam os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz é filiado ao DEM no Rio de Janeiro. Com inscrição registrada em julho de 2011 e ainda ativa, Élcio Queiroz vota na zona eleitoral 214, no Meier, zona norte da cidade, próximo ao local onde mora e foi preso.

O presidente do partido no Estado é o vereador e ex-prefeito Cesar Maia, uma das figuras mais importantes da política fluminense nas últimas décadas. Ele é pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também do DEM-RJ. A reportagem entrou em contato com a legenda e aguarda o retorno.

Já o preso acusado de disparar contra a vereadora, Ronnie Lessa, foi filiado ao MDB de 1999 até 2010. Sua filiação se deu menos de um ano depois de ter sido homenageado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelo falecido deputado estadual emedebista Pedro Fernandes Filho, quadro histórico do partido no Estado.

A homenagem, protocolada em 23 de novembro de 1998, foi justificada por Fernandes pelo modo como Lessa e outros 17 policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar, em Irajá, haviam conduzido uma operação.

"Sem nenhum constrangimento posso afirmar que o referido militar é digno desta homenagem por honrar, permanentemente, com suas posturas, atitudes e desempenho profissional, a sua condição humana e de militar discreto mas eficaz. Constituindo-se, deste modo, em brilhante exemplo àqueles com quem convive e com àqueles que passam a conhecê-lo", diz a homenagem.

Entenda o caso

Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado da vereadora e do motorista e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro emboscado.

Lessa mora no mesmo condomínio em que o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, Zon oeste no Rio. Nas redes sociais, Queiroz é simpatizante do presidente Bolsonaro. Ele curte as páginas oficiais do PSL Carioca, de Flávio Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro.

A prisão é resultado de uma operação conjunta do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Marielle FrancoMortesPrisõesRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022