Presos: caso haja casos de contaminação por coronavírus em presídios, os detentos receberão tratamento em isolamento (C_FOR/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de março de 2020 às 15h36.
Última atualização em 13 de março de 2020 às 16h52.
A Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo afirmou nesta sexta-feira, 13, que não há casos ou suspeita de coronavírus entre os detentos de penitenciárias do Estado. Se um preso contrair a doença, ele será isolado para tratamento, e suas visitas serão suspensas.
O Brasil tem 77 casos confirmados que estão distribuídos por dez Estados, a maioria em São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, o País tem 1.422 casos suspeitos e 1.163 análises foram descartadas.
Nesta quinta-feira, 12, a pasta informou que vai dobrar o número de leitos para atender a demanda por conta da doença. O anúncio foi feito após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que o ministério criou apenas 10% de novos leitos no plano de combate ao novo coronavírus.
São Paulo é o Estado que abriga a maior população carcerária do País, com 233 mil apenados. A Secretaria de Administração Penitenciária relata que foi "elaborado, pela Coordenadoria de Saúde do Sistema Penitenciária, um Plano de Contingência para caso haja suspeita de contaminação com o coronavírus em alguma unidade prisional do Estado".
"Além disso, para prevenção estão sendo afixados cartazes com informações sobre a doença e orientações sobre a prevenção, bem como orientação direta aos servidores, visitantes e funcionários para também mantê-los a par dos sintomas e das melhores formas de prevenção".
"A Pasta integra o Centro de Operações de Emergência (COE) de SP específico para coronavírus, criado pelo Governo Estadual com o objetivo de assessorar a Secretaria de Saúde na organização e normatização de ações de prevenção, vigilância e controle referentes à infecção humana pelo novo coronavírus (2019-nCOV)", diz a SAP.
Segundo a Secretaria, no eventual "surgimento de algum caso suspeito, o preso deverá ser isolado e será contatada a Vigilância Epidemiológica local". "As visitas ao preso serão suspensas e os servidores que estarão em contato com o paciente, sejam da área de segurança ou saúde, deverão usar mecanismos de proteção padrão como máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis".
"Se for confirmado, além de continuar seguindo os procedimentos descritos acima, o preso será mantido em isolamento na enfermaria durante todo o período de tratamento. A equipe de saúde deverá monitorar a situação para verificar se há possibilidade de novos casos. Em unidades com inclusão automática de estrangeiros o procedimento é entrar em contato com a Polícia Federal, para verificar se as providências preventivas foram tomadas, e observar se o preso apresenta qualquer sintoma por 14 dias", afirma a pasta.
Segundo a Secretaria, ainda, a "vacina contra a gripe será antecipada este ano nas unidades, em parceria a Divisão de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde".