Temer: "o primeiro ponto a observar é que o diálogo do presidente com esses três interlocutores é permanente, fluido e desimpedido" (Lucas Jackson/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de outubro de 2016 às 21h31.
Brasília - O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira que tem um diálogo "permanente, fluido e desimpedido" com os demais Poderes da República e confirmou, através de seu porta-voz, Alexandre Parola, a reunião marcada para sexta-feira sobre segurança pública com os demais presidentes de Poderes e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Desde a noite de terça-feira, em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que preferia não estar no mesmo ambiente que Moraes, a avaliação no Planalto é que não havia clima para o encontro e talvez fosse melhor adiar para a próxima semana e esperar os ânimos amainarem.
Esta tarde, depois de Renan confirmar em público que participaria, Temer voltou atrás. "O presidente confirma a realização da reunião na sexta-feira", disse Parola
Questionado, através do porta-voz, se tentaria marcar uma nova reunião entre Renan, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já que a ministra alegou agenda cheia e recusou-se a participar de um encontro nesta quarta-feira, Temer evitou uma resposta direta.
"O primeiro ponto a observar é que o diálogo do presidente com esses três interlocutores é permanente, fluido e desimpedido. Uma eventual reunião em momento que seja compatível com a agenda de todos os envolvidos virá a ser apenas mais uma manifestação concreta de tal diálogo", disse Parola.
Temer foi ainda perguntado se cogitava substituir o ministro da Justiça, o que negou.
A reunião de sexta-feira, no Palácio do Itamaraty, é a primeira para discutir um pacto federativo para tentar melhorar a situação da segurança pública no país.
O Ministério da Justiça pretende apresentar uma série de medidas, entre elas mudanças no Código Penal, que precisam da aprovação do Congresso.
O governo teme ainda que a crise entre os Poderes atrase a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto de gastos para a União.
Através do porta-voz, Temer afirmou "estar seguro" que o Senado partilha do consenso em torno da necessidade da PEC, tanto que até mesmo já apresentou um calendário.
A previsão é que o Senado termine a votação em dois turnos até 13 de dezembro.