Brasil

Presidente do TJ paranaense renuncia

Clayton Camargo também entrou com pedido de aposentadoria em meio a investigações do CNJ sobre denúncias de venda de sentença na corte


	Segundo o Ministério Público, Camargo (e) estaria antecipando o pedido de aposentadoria para tentar fugir de um eventual processo disciplinar
 (Divulgação/TJPR)

Segundo o Ministério Público, Camargo (e) estaria antecipando o pedido de aposentadoria para tentar fugir de um eventual processo disciplinar (Divulgação/TJPR)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 15h07.

Brasília - O desembargador Clayton Coutinho Camargo, de 67 anos, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, renunciou nesta segunda-feira, 23, ao cargo e entrou com pedido de aposentadoria em meio a investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre denúncias de venda de sentença na corte.

Mas, numa decisão liminar, o corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, suspendeu a tramitação do pedido de aposentadoria.

Segundo o Ministério Público, Camargo, que exerceria a função até o fim de 2014, estaria antecipando o pedido de aposentadoria para tentar fugir de um eventual processo disciplinar.

Censura

O desembargador chegou a ajuizar ação que proibia a publicação de denúncias contra ele pelo jornal Gazeta do Povo. O pedido de liminar foi aceito pelo TJ, que proibiu que o jornal publicasse notícias que ofendam "a honra, a boa fama e a respeitabilidade" de Camargo.

Após a repercussão negativa, a censura prévia sobre o jornal foi suspensa a pedido do próprio desembargador, mas os processos contra os três jornalistas que apuraram a matéria, assim como um dos diretores do jornal, continua na Justiça. O desembargador pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais.

Em junho passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federal investigava o envolvimento de desembargadores do TJ-PR com um esquema de manipulação da administração de processos de falências em todo o Estado. Camargo era um dos nomes constantes do inquérito da PF.

Tráfico de influência

Segundo a Corregedoria do CNJ, o processo envolvendo Camargo deve ser debatido na pauta do dia 8 de outubro. Além da suposta venda de sentenças, o desembargador também é investigado pelo CNJ por tráfico de influência - ele teria feito campanha para que seu filho Fábio Camargo assumisse uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o que ocorreu em julho passado. O Ministério Público do Estado abriu inquérito, mas o procedimento foi arquivado.

Camargo renunciou logo após retornar de uma licença médica de 12 dias. No período em que presidiu interinamente o tribunal, o desembargador Paulo Vasconcelos revogou um edital de licitação de R$ 80 milhões para reforma do prédio do TJ-PR. O motivo alegado seria a análise de "possíveis falhas no processo".

Até o início da noite desta segunda-feira, a assessoria do TJ não havia se manifestado. Segundo fontes no tribunal, a eleição do novo presidente deve ocorrer no dia 3 de outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:IrregularidadesJustiçaParaná

Mais de Brasil

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje