Rui Falcão: "O Partido dos Trabalhadores continua afirmando que não houve compra de votos" (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 14h48.
São Paulo - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, expressou "tristeza e indignação" com a condenação de petistas na ação penal do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) e reiterou que o partido nega que tenha havido desvio de dinheiro público para compra de votos de parlamentares no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em vídeo divulgado nesta terça-feira no site do partido, Falcão afirma que as penas a que foram condenados o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares foram "elevadíssimas" e "fora dos parâmetros" da jurisprudência brasileira.
"Recebi com muita tristeza, mas também com extrema indignação a decisão injusta do Supremo Tribunal Federal que condenou a penas elevadíssimas, fora de parâmetro, os companheiro José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino", disse o dirigente petista no vídeo de pouco mais de um minuto de duração.
Para Falcão, a ação penal do mensalão foi "um julgamento com viés político, com pressão muito forte dos grandes meios de comunicação e mudando parâmetros consagrados da jurisprudência e do direito brasileiro".
"O Partido dos Trabalhadores continua afirmando que não houve compra de votos, que nenhum dos companheiros enriqueceu pessoalmente, que não foram utilizados recursos públicos." De acordo com o Supremo, o mensalão foi um esquema de desvio de recursos públicos para a compra de apoio político ao governo Lula no Congresso Nacional. A maioria da Corte apontou Dirceu, principal ministro do governo à época, como o "chefe da quadrilha" responsável pelo esquema.
Dirceu, Delúbio e Genoino foram condenados pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O ex-ministro recebeu pena de 10 anos e 10 meses de prisão e Delúbio recebeu punição de 8 anos e 11 meses. Como as duas penas são superiores a 8 anos, eles terão de cumprir ao menos parte da sentença em regime fechado.
Genoino, presidente do PT à época do escândalo, recebeu pena de 6 anos e 11 meses. Como sua pena é menor que 8 anos, ele poderá cumpri-la em regime semiaberto.
Em seu vídeo, Falcão disse que os colegas de partido "vão exercer todos os recursos possíveis", inclusive recorrendo a foros internacionais.