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Presidente do PSB convoca militância a protestar contra reformas

A sigla tem 35 deputados e 7 senadores. O partido, que já não vota fechado com o governo, tende hoje a fechar questão contra os projetos

Carlos Siqueira: o presidente do PSB lembrou que a direção do partido já se posicionou anteriormente contra a reforma trabalhista (Arquivo PSB/Reprodução)

Carlos Siqueira: o presidente do PSB lembrou que a direção do partido já se posicionou anteriormente contra a reforma trabalhista (Arquivo PSB/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 18h38.

Brasília - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu nesta segunda-feira, 24, em reunião com prefeitos do partido, que a militância engrosse os protestos marcados para o dia 28 contra as reformas propostas pelo governo.

"Nós traremos a militância do partido para fazer o devido protesto, que já está convocado para ir às ruas no dia 28, protestar contra essa ignomínia que querem fazer com o trabalhador brasileiro. Não vamos aceitar isso", disse em discurso.

No evento, Siqueira não poupou críticas ao prefeito tucano de São Paulo, João Doria.

A Executiva Nacional vai se reunir nesta segunda-feira para definir o posicionamento de suas bancadas no Congresso sobre as reformas trabalhista e previdenciária.

A sigla tem 35 deputados e 7 senadores. O partido, que já não vota fechado com o governo, tende hoje a fechar questão contra os projetos propostos pelo governo.

"Nós temos responsabilidade, nós apoiamos as mudanças, mas não podemos apoiar qualquer mudança. Nós podemos apoiar as mudanças que têm a ver com os interesses do País e da sua população, não com os interesses dos grandes empresários, dos grandes banqueiros, do sistema financeiro internacional, que é lamentavelmente quem está fazendo política, porque a crise política que assola nosso País decorre, tenho certeza disso, da renúncia dos políticos fazerem política e se submeterem às políticas que estão sendo feitas pelo sistema financeiro internacional com os seus títeres no Brasil", declarou.

Siqueira lembrou que a direção do partido já se posicionou anteriormente contra a reforma trabalhista por se tratar de uma proposta cujo cerne é o negociado sobre o legislado.

O dirigente disse que o governo não aprovará a medida com a "digital" do PSB.

"Isso é um absurdo inaceitável e só farão, e se fizerem, por cima de nós e não conosco", afirmou.

O atual presidente do PSB trava uma disputa interna com o grupo que defende a permanência do partido no governo. A sigla ocupa o Ministério de Minas e Energia. Ao grupo governista, Siqueira mandou um recado:

"Quem estiver no poder pelo poder não está no partido certo", disse no evento desta manhã. "Um partido socialista não pode se dar ao luxo das práticas convencionais, de cair na vala comum e nós não cairemos, fiquem certos", emendou.

Doria

Lamentando a crise financeira das prefeituras e as dificuldades enfrentadas nas campanhas eleitorais dos candidatos da sigla em 2016, Siqueira disse que os prefeitos superarão os obstáculos.

No discurso, o dirigente criticou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

"Mas para nós superarmos, e me desculpem de estar falando isso porque vocês são administradores, mas, antes de serem qualquer coisa, vocês são políticos. Essa canalhice de dizerem que não é político e disputar eleição é canalhice, que põe uma farda de gari quando nunca varreu a calçada da própria casa. Isso é canalhice do senhor Doria, isso é canalhice de quem é político e diz que não é", afirmou Siqueira.

"Nós somos políticos e nos orgulhamos de ser políticos. Porque a política é a principal atividade, a mais nobre que se pode exercer na humanidade. E político socialista é mais nobre ainda porque tem ideais nobres, porque tem ideais que vão além de um governo", completou.

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