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Presidente do INSS antecipa saída e evita desgaste com reforma

Executivo, à frente do órgão desde julho de 2016, deve ser exonerado do cargo, a pedido, nesta quarta-feira

INSS: no lugar de Gadelha, deve ser nomeado Francisco Paulo Soares Lopes (Arquivo/Agência Brasil)

INSS: no lugar de Gadelha, deve ser nomeado Francisco Paulo Soares Lopes (Arquivo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 14h53.

Brasília - Temendo desgaste eleitoral com a reforma da Previdência, o presidente do INSS, Leonardo Gadelha, decidiu antecipar sua saída do governo.

O executivo, à frente do órgão desde julho de 2016, deve ser exonerado do cargo, a pedido, nesta quarta-feira, 29.

No lugar dele, deve ser nomeado Francisco Paulo Soares Lopes, atualmente assessor da Presidência da Dataprev, empresa pública vinculada à Secretaria de Previdência Social.

Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em 7 de novembro, Gadelha já tinha dito a aliados que deixaria o cargo para disputar uma vaga de deputado federal nas eleições de 2018.

Pela legislação, ele só precisaria deixar o posto em abril. No entanto, decidiu antecipar a saída para evitar desgaste com a reforma da Previdência.

Ele tinha sido indicado para o cargo pelo líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), também responsável pela indicação do substituto de Gadelha.

O presidente do INSS será o primeiro integrante da equipe econômica do presidente Michel Temer a deixar o governo por causa das eleições do próximo ano.

Além dele, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BNDES, Paulo Rabello, podem disputar a Presidência da República em 2018. O primeiro é filiado ao PSD, enquanto Rabello, ao PSC.

Preocupação

Na área técnica do governo, há uma preocupação de que as negociações políticas de autoridades da área econômica para candidaturas em 2018 atrapalhem a votação das medidas econômicas para garantir o Orçamento da União de 2018 e as reformas, principalmente a da Previdência, principal aposta do governo. Ou pior: que haja flexibilização das propostas de olho em apoio futuro nas eleições.

O temor também é de que o pacote vire alvo de políticos, inclusive da base, principalmente num cenário de maior crescimento e retomada dos empregos, esperado pela equipe econômica e por analistas para o segundo semestre do ano que vem. As medidas são essenciais para a estabilização fiscal e manutenção do processo de retomada do crescimento.

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