Brasil

Presidente da subcomissão parlamentar da Copa teme entrave em mobilidade urbana

"Em todos os estados, as obras de mobilidade urbana estão andando com muita lentidão", avalia Lídice da Mata

“Não temo pelas arenas. O que preocupa é o encarecimento das obras", diz senadora Lídice da Mata (Jonas Oliveira/PLACAR)

“Não temo pelas arenas. O que preocupa é o encarecimento das obras", diz senadora Lídice da Mata (Jonas Oliveira/PLACAR)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2011 às 11h34.

Brasília - Visitar as cidades que vão receber jogos da Copa do Mundo tem causado preocupação à senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Presidente da Subcomissão Temporária Copa 2014, Olimpíada e Paraolimpíada 2016, Lídice acredita que a conclusão das arenas não será problema, mas outras questões como a mobilidade urbana e o controle financeiro das obras estão em risco.

“Em todos os estados, as obras de mobilidade urbana estão andando com muita lentidão”, avalia a senadora, que visitou cinco das 12 cidades-sedes.

Ela sustenta que a Copa do Mundo é a “grande oportunidade” de o Brasil voltar a investir nos metrôs de suas cidades. Além disso, a senadora acredita ser preciso mudar o foco dos investimentos em transporte e optar por veículos leves e trens, mas acha que alguns projetos terão que ser priorizados. “Teremos que rever isso. Temo que a gente tenha um grande gargalo nessa área”, afirmou.

Segundo ela, há ainda o temor de que as obras saiam mais caras do que o previsto. “Não temo pelas arenas. Os jogos vão acontecer porque já passou a parte dos atrasos, das licenças. O que preocupa é o encarecimento das obras”, afirmou a senadora.

Ela também se preocupa com a pouca atenção que está sendo dispensada às redes de proteção social para a população mais vulnerável.

“Quais as medidas que os governos vão tomar para inibir a prostituição infantil, o tráfico de drogas, o deslocamento das pessoas em busca de emprego para os centros onde os jogos vão acontecer? É preciso pensar nessas coisas”, explicou Lídice da Mata.

Apesar disso, a presidente da subcomissão disse estar satisfeita com os novos mecanismos de fiscalização desenvolvidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com ela, antes o TCU recebia projetos e dados sobre a realização das obras depois que elas já estavam concluídas.

“Agora ele está fiscalizando os contratos de gestão, orientando os tribunais estaduais.”

Outro ponto positivo apontado por Lídice da Mata é o envolvimento dos estados nos projetos.

Segundo ela, estão surgindo experiências interessantes como a Cidade da Copa em Recife (PE), a renovação do centro antigo de Salvador (BA) e o desenvolvimento de um transporte leve parecido com o Veículo Leve sobre Trilhos, feito com tecnologia exclusivamente gaúcha.

“Porto Alegre tem um bom projeto de mobilidade urbana aliado à tecnologia desenvolvida pelos gaúchos. Isso é um dado de inovação tecnológica que se acrescente ao legado da Copa”, apontou.

Amanhã (10), os parlamentares da subcomissão visitarão as obras no Rio de Janeiro. A última cidade a ser visitada é São Paulo. Os trabalhos continuarão depois das visitas por meio de audiências públicas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCidadesCopa do MundoDados de BrasilEsportesFutebolInfraestrutura

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi