Brasil

Presidente da CNI critica avanço de cassação da chapa Dilma-Temer

Para ele, uma sentença no sentido da impugnação da chapa teria como efeito a destituição do atual presidente, prolongando a turbulência política no País

Robson Braga de Andrade: o presidente da CNI disse que o Brasil não pode mais sofrer com a instabilidade política (Elza Fiúza/ABr)

Robson Braga de Andrade: o presidente da CNI disse que o Brasil não pode mais sofrer com a instabilidade política (Elza Fiúza/ABr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 10h14.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 15h51.

Tóquio - O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, defendeu nessa quarta-feira, 19, em Tóquio, no Japão, que o processo em curso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode resultar na cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, não seja mais discutido.

Na sua avaliação, uma sentença no sentido da impugnação da chapa teria como efeito colateral a destituição do atual presidente, prolongando a turbulência política no País.

Ao longo de 2015, Robson Andrade era contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, mas mudou de opinião em 2016 e passou a defender a destituição, tendo inclusive publicado uma carta aberta pedindo a mudança, cerca de 96 horas antes da votação.

Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre como o meio empresarial vê o processo em trâmite no TSE, o presidente da CNI disse que o Brasil não pode mais sofrer com a instabilidade política.

"Eu não vejo agora que essa questão deva ser discutida. Nós estamos começando a caminhar em um novo patamar, em uma nova direção. Se você começa a romper de novo com as questões institucionais, o Brasil não tem jeito." "É preciso que a gente ponha o pé no chão, saiba que essas questões são do passado e que temos de olhar para o futuro."

Robson Andrade liderou em Tóquio a comitiva de empresários brasileiros que manteve contato com líderes empresariais japoneses na Keidaren, o equivalente local da CNI. Temer participou do encontro, no qual defendeu a estabilidade institucional e segurança jurídica no Brasil para sair da crise econômica. O presidente da CNI concorda.

"Eu vejo o presidente Temer muito tranquilo com relação a essas questões", disse Robson Andrade, referindo-se ao processo no TSE. "E todas as notícias que a gente vê, inclusive do próprio TSE, é de que essa questão é de longo prazo."

Um dos motivos pelos quais Robson Andrade diz não desejar o avanço do questionamento da chapa Dilma/Temer no TSE é o bom entendimento que o meio empresarial vem tendo com o governo. "A interlocução é muito aberta, muito franca com o governo brasileiro, com o presidente Temer e com os ministros", explicou.

"Isso é importante para que possamos colocar as nossas opiniões e mostrar aquilo que está indo muito bem, aquilo que precisa ser corrigido. É uma interlocução muito positiva."

Para o dirigente, esse cenário contrasta com o vivido pela CNI durante a gestão de Dilma Rousseff. "No período anterior tinha até questões políticas que dificultavam a interlocução com o governo, porque o governo tinha dificuldades com o próprio Congresso", argumentou. "Acho que estamos em um caminho muito bom, em um momento muito bom."

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaGovernoGoverno DilmaIndústriaRobson Braga de AndradeTSE

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático