Presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, sendo preso (REUTERS/Francio de Holanda)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2015 às 18h39.
São Paulo e Curitiba - A defesa do presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, preso preventivamente desde 19 de junho pela Operação Lava Jato, informou à Justiça Federal que o executivo sofre de Síndrome de Homocisteína.
Os advogados Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Roberto Telhada, Antonio Acir Breda, Juliano Breda, Edward Rocha de Carvalho, Flávia Trevizan e Bruna Araújo Amatuzzi Breus juntaram aos autos da investigação uma declaração do médico do presidente da companhia.
O especialista afirmou que o Otávio Azevedo teve 'trombose venosa profunda com tromboembolismo pulmonar em três oportunidades'. Segundo ele, o executivo precisa fazer exames de sangue a cada oito dias.
"O requerente possui Síndrome da Homocisteína e necessita fazer exames de sangue a cada oito dias, independente de acompanhamento médico rotineiro", afirmam os criminalistas, citando o diagnóstico médico.
"Por tal razão, requer-se seja determinado por Vossa Excelência - enquanto autoridade judicial responsável pela situação carcerária do investigado - à i. autoridade policial e à equipe de agentes penitenciários responsáveis pela custódia - subordinados a esse d. Juízo em tais questões custodiais - que franqueie o acesso da equipe médica para a retirada dos exames e realização de outros que se façam necessários."
O médico atesta, ainda: "Faz uso cronicamente, e deverá usá-lo sempre, do medicamento Coumadin, que é um anticoagulante. Tal medicamento evita a formação de novos coágulos. Existe um nível apropriado de anticoagulações que é medido por um exame chamado TP (tempo de protrombina)", diz.
"Pela mudança de hábito do Sr. Otávio, na atual circunstância, a mudança alimentar poderá interferir no efeito do medicamento. Por isso, é importante que ele realize o exame Tempo de Protrombina (TP) a cada oito dias aproximadamente ou de acordo com a mudança das doses do medicamento."
Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a empreiteira Andrade Gutierrez pagava propina ao PMDB e ao PP em contratos da sua área, por meio do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano - preso desde dezembro de 2014, em Curitiba.
Em declaração prestada aos delegados federais da Operação Lava Jato, Costa afirmou que o suposto operador peemedebista chegou a manter US$ 4 milhões à sua disposição no exterior.
No dia em que o empresário Otávio Azevedo e outros executivos da Andrade Gutierrez foram presos, a empresa informou que colabora com as investigações.