Luciano Huck: o centro seria, em tese, o campo político de Huck em uma eventual candidatura (Leonardo Benassatto/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 15h46.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2018 às 15h48.
Brasília - O anúncio do apresentador Luciano Huck de que desistiu de concorrer à Presidência foi visto, inicialmente, com ceticismo pelos grupos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que trabalham para se viabilizar como nome de centro na disputa ao Palácio do Planalto deste ano.
A avaliação é de que o apresentador pode mudar de ideia e entrar na corrida eleitoral. Caso ele mantenha, de fato, a decisão de não disputar o Planalto, interlocutores de Maia consideram que a ausência do apresentador no pleito reforçará a incerteza no centro, que, em tese, seria o campo político de Huck em uma eventual candidatura.
Essa incerteza anima os demais pré-candidatos a intensificarem suas articulações para se apresentarem como o principal nome de centro na eleição.
No DEM, a avaliação, até então, era de que uma candidatura de Huck poderia enfraquecer o nome de Maia para o Planalto. Integrantes da cúpula do partido chegaram, inclusive, a se reunir com o apresentador nas últimas semanas, no Rio. Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, no entanto, a conversa foi "inconclusiva" e Huck não chegou a dar uma resposta definitiva sobre se seria ou não candidato.
Ainda segundo integrantes do grupo do presidente da Câmara, os pré-candidatos do centro precisam, a partir de agora, trabalhar para fazer frente ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A candidatura do tucano ao Planalto é vista hoje como a mais consistente desse campo político. Sem Huck e outros candidatos competitivos, a avaliação é de que o governador tucano tende a se consolidar "por exclusão".
O líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), disse que o partido vai buscar o apoio de Huck como cabo eleitoral. Para Leitão, o apresentador representa a renovação e já tem afinidade com o pensamento de centro-direita. "Ele sempre teve simpatia pelo PSDB. Teria uma chance enorme de ele dar esse apoio. Agora nós precisamos é conquistá-lo."
O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou que tinha simpatia por uma candidatura de Huck. "Política se faz com participação. Não adianta ficar só reclamando sobre o que está aí. Sempre achei louvável sua presença", disse o deputado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.