Marina Silva no EXAME Fórum 2018 (Germano Lüders/Exame)
Anderson Figo
Publicado em 4 de setembro de 2018 às 15h40.
Última atualização em 4 de setembro de 2018 às 17h15.
São Paulo — Presidenciáveis, empresários e especialistas estiveram na última segunda-feira (3) no EXAME Fórum 2018, em São Paulo, para discutir o futuro da educação e da economia do país.
O evento contou com a presença de Marina Silva, candidata à Presidência da República pela Rede, e João Amoêdo, candidato pelo Partido Novo. Representantes das candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) também estiveram presentes.
Entre os empresários, que debateram o papel da iniciativa privada para a educação e o desenvolvimento do país, estiveram presentes Cândido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, Matheus Morais, presidente da 99, Diogo Elias, diretor geral da LATAM Cargo, entre outros.
Confira abaixo as entrevistas em vídeo que os 16 palestrantes concederam a EXAME.
A candidata à Presidência da República Marina Silva, da Rede, disse que "a gente precisa de uma boa gestão dos investimentos já existentes [em educação]". Segundo Marina, é preciso organizar adequadamente o sistema e acabar com os desperdícios.
O candidato à Presidência da República João Amoêdo, do Partido Novo, afirmou que "a constituição de uma nação próspera [...] passa basicamente por duas coisas: educação/capacitação das pessoas e liberdade econômica." Ele citou quais são suas propostas para melhorar a educação no país, caso seja eleito.
O professor da Unicamp e membro da equipe econômica do Partido dos Trabalhadores (PT) Ricardo Carneiro disse que a iniciativa privada pode ajudar o governo a melhorar a educação no país. "O ensino superior no Brasil é 75% privado. É um papel combinado. O básico, o essencial, é público."
Pérsio Arida, coordenador do programa econômico do candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin, do PSDB, disse que "nossa obrigação como nação é gastar bem esses 6% do PIB [com educação] e assegurar, assim, as bases de um Brasil moderno."
O assessor econômico do candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT), Mauro Benevides Filho, afirmou que o sistema de meritocracia, que ele chama de "gestão com resultado", deu frutos positivos na educação do Ceará. Essa é uma das propostas de Ciro para a educação, caso seja eleito.
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o país precisa de um plano estratégico para a educação, de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo, que não esteja sujeito à fragmentariedade da política. Um projeto suprapartidário."
O ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Maílson da Nóbrega, disse que sem educação o país não vai ganhar produtividade. "A taxa de investimento caiu e, portanto, o crescimento do país vai depender do ganho de produtividade."
O ex-ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato, afirmou que "a educação é um fator muito importante para o desenvolvimento dos países." Ele frisou que só aumentar os investimentos não basta, é preciso buscar qualidade.
Priscila Cruz, fundadora e presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, disse que "não teve nenhum país que conseguiu melhorar seu crescimento, sua produtividade, sem ter como base uma educação de qualidade para todos."
Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem, disse que a educação brasileira precisa dialogar com um projeto de país, assim como fizeram todos os países desenvolvidos.
O presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, afirmou que "é impossível exagerar a importância da educação do Brasil." Segundo ele, a "educação tem um papel preponderante na produtividade e se nós não melhorarmos a nossa produtividade, o país nunca vai crescer no seu potencial."
Fernando Borges, co-head do Carlyle Group para a América do Sul, afirmou que o aumento da produtividade e a melhora da gestão é um dos grandes desafios que o país tem, e isso não deve ser uma preocupação apenas do governo, mas também do setor privado.
A presidente do conselho acadêmico do Livres, economista e advogada Elena Landau disse que "sem educação a gente não vai chegar onde o Brasil tem potencial para chegar." Segundo ela, antes de pedir mais dinheiro para a educação, a gente tem que focar em melhorar a gestão.
O cientista político e professor do Insper Fernando Schuler afirmou que "o Brasil está literalmente parado na educação do ensino médio." Segundo ele, "a crise na educação brasileira é a crise do Estado da educação. Não temos uma crise genérica da educação. Nosso setor privado tem uma posição mediana no PISA a nível global. A educação estatal brasileira, aquela que os mais pobres têm acesso, essa sim está em uma crise longa, que vem desde 1980, no mínimo, e precisa ser reformada."
O presidente da 99 Matheus Morais disse que "levar conhecimento para as pessoas é o que vai levar o Brasil para o futuro." Segundo ele, é preciso investir mais em educação e todos devem tomar responsabilidade por isso, não apenas o governo.
O diretor geral da LATAM Cargo Diogo Elias afirmou que "falta gestão, falta engajamento e falta definir prioridades para que o país possa avançar [na educação]." Segundo ele, a iniciativa privada deve participar ativamente das discussões, pois é ela quem recebe os profissionais capacitados para trabalhar.