Dilma Rousseff e Barack Obama: porta-voz da presidência desmentiu no Twitter do Palácio do Planalto que Dilma tenha cancelado a viagem aos Estados Unidos (Grigory Dukor/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2013 às 14h07.
São Paulo - A viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, programada para outubro, dependerá do relatório que será apresentado pelo Luiz Alberto Figueiredo, que na semana passada foi para Washington pedir explicações sobre a suposta rede de espionagem americana, informou neste domingo o Palácio do Planalto.
O porta-voz da presidência, Thomas Traumann, desmentiu no Twitter do Palácio do Planalto que Dilma tenha cancelado a viagem aos Estados Unidos e explicou que uma decisão só será tomada após uma reunião com Figueiredo, ainda sem data definida.
O chanceler se reuniu na quarta-feira em Washington com a Assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, para tratar sobre a suposta espionagem sofrida por Dilma e pela Petrobras.
Documentos entregues pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden ao jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico 'The Guardian', que mora no Rio de Janeiro, revelam que o serviço de inteligência americano espionou telefonemas e e-mails de Dilma.
Além disso, outros documentos indicam que a Petrobras também foi alvo da NSA. A presidente disse em uma nota oficial que se essas atividades forem confirmadas fica claro que a motivação dos Estados Unidos não era preservar a segurança ou combater o terrorismo, mas tinha objetivos 'econômicos e estratégicos'.
Depois das denúncias, Dilma cancelou a viagem de uma missão diplomática que deveria preparar a visita da governante à capital americana, programada para 23 de outubro.
O Ministério das Relações Exteriores não divulgou detalhes do encontro entre Figueiredo e Rice. A reunião foi resultado do encontro privado realizado entre Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, há duas semanas durante a cúpula do G20 na cidade russa de São Petersburgo.
Após o encontro, a presidente disse que Obama tinha se comprometido a dar explicações sobre os casos de espionagem. A presidente disse que seu governo exigirá de Washington explicações sobre o assunto, assim como 'medidas concretas que afastem de forma definitiva a possibilidade de espionagem que viole os direitos humanos, nossa soberania e nossos interesses econômicos'. EFE